domingo, 21 de dezembro de 2008

Incoerência

Faz tempo que não consigo escrever.
O lance é que, além de toda a correria própria de dezembro, principalmente porque é o mês em que eu mais trabalho, nesta semana tivemos incidentes desagradáveis aqui em casa.
Nosso carro, um Kadettezinho de 1997 (!) foi roubado da porta da nossa casa, na madrugada de segunda para terça.
Um saco! Dá até uma dor no estômago, parece mentira mesmo, a gente custa a achar que é real.
Boletim de ocorrência e tal, no dia seguinte ligam da polícia pra dizer que tinham achado o bendito.
Alegria fugaz, pois que o bichinho estava todo queimado. Tiraram tudo o que tinha dentro e queimaram a carcaça.
E ainda a polícia disse que meu marido tinha de ir até lá (lááááá longe onde acharam o carvão) pra buscar nem que fosse o pedaço do carro que continha o número do chassi, pra levar ao Detran e dar baixa. Buscar é modo de dizer, né: arranjar um serralheiro que cortasse o pedaço.
Ele disse que o lugar era longe pra burro, mas muito mesmo. "Entre o nada e o lugar nenhum", nas palavras dele. E eu acrescento: mas num "entre nada e lugar nenhum" usado por bandidos pra desovar o resto do produto dos seus roubos!

Pra completar, no final do dia meu maridinho foi empurrado na saída do trabalho e levaram seu telefone celular, que eu tinha lhe dado de presente de aniversário. Um bem legal, que ele queria muito, e eu pensei um tempão se compraria, porque, afinal, não foi muito barato. Mas ele merecia, ficou tão feliz, valeu a pena.

Enfim, eu sei que de início dá muita raiva de ladrão. Pô, a gente trabalha pra caramba pra comprar um troço qualquer e vem um sujeito e leva, assim sem mais nem menos.
Eu até que tenho um trabalho tranqüilo, mas meu marido rala pra caramba, faz umas 12 horas de trabalho por dia, no geral, sem contar os dias em que entra a madrugada.
Aí vem um cara e leva o que a gente consegue comprar com o fruto desse trabalho? É sacanagem.
Mas, sério, pior é a polícia ficar rindo do dono do carro, porque "não sobrou nada, haha!" Por favor, né?!
E ainda largar o cara lá no meio do cerradão e dizer pra não demorar muito lá. Que não podiam ajudar porque tinham muito o que fazer. É mesmo? O que, por exemplo? Porque ajudar a combater o roubo é que parece não ser, né?
E pior ainda é receber um cartão de Natal do Sr. Digníssimo Governador, pra dizer que chegou a hora de celebrar a paz, depois de um ano de muito trabalho. E desejar feliz Natal e ótimo ano novo.
Ora, Sr. Governador! Claro que meu Natal não será triste por causa de um carro a menos, que, graças a Deus, eu e minha família valorizamos muito o que temos de precioso, que não são as nossas coisas.
Mas que ele seria mais legal se V. Exa. tivesse cumprido a promessa de garantir segurança aos moradores do DF, e meu carro não tivesse sido roubado, e meu marido tivesse umtelefone pra nos comunicarmos quando saímos de casa, isso seria, né?

No próximo ano, que tal economizar o (certamente não pouco) dinheiro dos cartões de Natal e usá-lo em ações reais de segurança?
Eu e todas as vítimas de roubo do Distrito Federal agradeceremos!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Enigma da Esfinge

Então... já faz mais de uma semana, mas este enigma foi uma brincadeira que me tomou boa parte das minhas horas de sono e do dia seguinte.
Além do mais, foi um negócio bacana da net que eu descobri antes daquele meu amigo que me manda tudo de legal que tem por aí.
Eu achei no blog da Zel, amiga da Fal.
Uma brincadeira divertida e bem feitinha. Pra quem tem um certo traquejo com Internet. Principalmente Google e Wikipedia. Mas tem de ter cuidado ao pesquisar, porque o Google traz entradas de fóruns sobre o próprio enigma, e tem gente sem graça por aí que dá logo a resposta.

Lembrei dos caça-tesouros que fazíamos entre os primos, nas férias em Itanhaém, ou que o Papai e a Mamãe bolavam pra acharmos os ovos de Páscoa.
Brincadeira boa de pensar, tanto pra quem inventa como pra quem descobre. Adoooro.
Não sabemos quem criou essa Esfinge, mas 'tá de parabéns.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sumidinha

Sumi um pouco, mas também, com uma lista de afazeres tão grande... que nem era completa, afinal.
Claro que não fiz tudo aquilo ainda, mas priorizei algumas coisas, e o blog, coitado, não 'tava entre elas.
Andei lendo a Fal de montão. Cheguei a ela pela Tati, que conheci numa conversa com a Dani, esta por sua vez minha amiga do mundo físico mesmo, incrível!
Pois 'tou fã da Fal (sem trocadilhos baratos, credo!), fã cujo blog, quando crescer, quer ser daquele nível, sabe?
E fiquei tão feliz porque sábado ouvia a rádio Senado no carro e ela - a Fal - dava entrevista, que linda. A voz dela parece mesmo a que a gente escuta quando a lê, sabe como é isso? E eu boba, como se ela fosse assim uma amiga.
Então que hoje resolvi mandar lá um recadinho pra ela, depois de ler muito dela, até os arquivos antigos, láááá do comecinho do Drops. Claro que ainda não li tudo, como queria (maluca e compulsiva), mas já deu pra falar um oizinho.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

7 meses

É o que completa hoje minha pequeníssima, a Raquel.
Cada dia mais sabida, simpática, risonha.
E há uns dias começou com uma mania fofa: fica puxando o próprio cabelo enquanto mama.
O cabelo dela nunca caiu, como o da maioria dos nenéns. Então ela 'tá cada dia mais cabeludinha e 'tá curtindo aqueles fios fininhos.
Uma linda, com a mania da mamãe.
Sete meses são quase uma gestação. Credo esse tempo!
'Inda bem que eu espremo ela toda dia, pra aproveitar bastante antes que cresça e não deixe mais.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Acidentezinho

Ontem bati num carro quando saía do estacionamento de um shopping. A rua é larga, mas de mão dupla. Tinha uma pessoa querendo entrar na minha vaga, outra atrás dela pra passar, eu me atrapalhei pra decidir pra que lado iria, enfim... Bati na porta de um carro estacionado.
O dono não estava. Anotei todos os meus dados num papel (aliás, em dois, pro caso de o vento levar um) e pus lá.
Nada demais, exceto minha tremedeira própria do susto.
Fiquei um pouco preocupada de o dono ser estressado, ficar muito bravo e tal. Mas esperei ligar.
Essa história toda acabou bem, mas gerou dois fatos bem interessantes.

Em geral eu tenho tentado não contar coisas ruins que outras pessoas fazem, mas neste caso, já que não sei o nome, acho que tudo bem. Pra gente ficar um pouco mais atento. Foi assim.
Logo que cheguei em casa me ligou a "guardadora" de carros, que, aliás, tinha anotado minha placa e meu telefone pra passar pro dono do outro carro. Propôs um "acordo": que eu desse 100 pratas pra ela, em troca de esconder do dono as minhas informações. Insistiu à beça, a despeito de eu dizer que eu só tinha de fazer acordo com o dono do carro.
Eu nunca me senti muito à vontade com guardadores de carro, mas fiquei triste porque agora tenho um fato pra justificar essa sensação. Eu preferia que fosse só preconceito meu, aí seria mais fácil tentar vencê-lo. Mas agora vou ter de vencer uma generalização que, embora igualmente injusta, tem uma história pra explicá-la. Saquinho!

Mas tem o outro fato, mais legal.
Com receio de os guardadores fazerem alguma coisa pra prejudicar o contato do dono do carro comigo, tentei saber se era possível localizá-lo pela placa. Legalmente não era, mas me informaram de que o certo era registrar ocorrência e esperar que, se ele nao me contactasse, talvez a polícia civil chegasse até ele.
O que gostei é que fiz o registro eletronicamente, pelo site da Polícia Civil do DF. Muito maneiro! Serve para ocorrências simples (como acidente de trânsito sem vítima), eu não tive de ir à delegacia, e logo à noite me mandaram um email com o boletim de ocorrência em pdf, já homologada. Adorei essa eficiência.

Pra rematar a história, a dona do carro (era mulher, afinal) ligou, pegou orçamento, passou hoje já em casa e levou a grana do conserto. Fez pra mim um recibo numa cópia da própria ocorrência e fim da história. Rápido e prático. Indolor.
Certo que a bichinha vai ficar até sábado sem carro, 'tadinha.
Se alguém estacionar perto de mim, é bom emborrachar seu veículo. Se levar em conta quantas vezes já me envolvi em batidas de carro (com minha culpa ou não), o risco é grande!
Mas até hoje todos estamos sãos e salvos, inclusive os carros. Graças a Deus!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Afazeres

Terminar as arvorezinhas de Natal.
Comprar as coisas de supermercado.
Fazer a mantinha da Alice.
Terminar a blusa da Ana.
Ler as Crônicas de Nárnia com a Cecília.
Fazer o "figurino" da peça de encerramento da SEAE.
Organizar minhas contas nas suas pastas.
Arquivar os documentos de todos daqui de casa.
Ler TODO o blog da Fal, desde o começo da existência.
Ver A casa do lago com a Júlia.
Ler os zil blogs maneiros que encontro pelos outros blogs afora.
Decifrar este enigma pra não ser devorada.
Dormir à noite.
Testar as receitas do pão do Outback.
Ligar pra saber do trabalho amanhã.
Ver o pessoal do Tribunal.
Conhecer a Júlia do Ramon.
Assitir à palestra da Rita na primeira segunda-feira do mês.
Lembrar do lanche na SEAE sábado que vem.
Comprar uma bola maneira pro Artur no seu primeiro aniversário.
Organizar as roupas da Raquel que já não servem.
Aprender a cortar e costurar minhas roupas com a minha cara.
Organizar os links no meu Google Chrome.


Mas sem dormir, como? 

domingo, 23 de novembro de 2008

"Ensaio sobre a Cegueira" no cinema

Finalmente fui ver o filme no cinema.
Forcei uma barrinha deixando a neném em casa com uma mamadeira a postos, porque tive receio de que saísse de cartaz. E não era um filme pra ver em casa, não mesmo.

Então... a gente sai do cinema com uma tendência a racionalizar: ah, faltou isso; ah, essa parte ficou mais amena; ah, ele explicou tal coisa e tirou aquela outra...
Tudo besteira.
Não tem como comparar mesmo um filme com seu original em livro. Isso é bobagem de purista como eu.
O fato é que o filme é impactante, sim. Não tem como aquela história passar despercebida, mesmo que a gente já conheça quase de cor.
Fiquei tensa, sim.
Roí as unhas.
Tive vontade de chorar pela pequenez humana.
Tive vontade de chorar pela leitura otimista do diretor, afinal de contas.
Sonhei a noite toda com o filme.

Não importa que emocione de outro jeito. É muito emocionante, sim.

'Inda bem que foi o Fernando Meirelles! 

domingo, 16 de novembro de 2008

Presentes do Dia das Crianças

Então que eu nunca fui a favor de dar presentes no Dia das Crianças. Nós não ganhávamos e não acho que me tenha feito falta.
Invenção bem comercial mesmo, e tão perto do Natal, sei lá, sempre achei desnecessário. Mas, se por algum motivo que podemos chamar de social, eu presenteasse, comprava livros. Que esses meninos que a gente conhece hoje em dia têm brinquedo demais, não dá nem tempo de brincar com tudo aquilo.
Como sempre achei que menino deve ter livro pra gostar de ler...
Nos últimos anos andávamos sempre duríssimos e comprávamos chocolate ou bala pra galerinha, a título de presente. Mas neste, graças a Deus, as finanças estão melhores, então retomei minha contribuição ao gosto dos meninos pelas letras.
Fui na Cultura e fiz a festa, comprei livro pras meninas daqui de casa e pra todos os sobrinhos. Até pros nenéns demos livros de banho, ri ri!
Acho que todos gostaram. E sabe que nem foi caro. Na média, cada um saiu por volta de 30 pratas. Achei excelente, 'inda mais pela qualidade dos presentes e considerando o quanto os livros no Brasil ainda custam caro, não?

Foram estes:

Ela pergunta o tempo todo quando é o próximo aniversário e outras datas significativas. Ainda 'tá se situando com os dias da semana, os indicativos de tempo e tal. A história é a cara dela!





Filhotes de bolso, pra sobrinha de 4 anos. A história é tão bonitinha, principalmente pra quem gosta de filhotes!









Querido Diário Otário, pra sobrinha de 10 anos, que leu quase todo na mesma tarde, o que deixou essa tia muito feliz com a escolha!









Judy Moody, pra sobrinha de 8 anos. Teve uns dias em que ela não soube onde pôs o livro e ficou pedindo pra minha irmã comprar outro! Mas ele apareceu, 'inda bem...








Alice no País dos Enigmas, pra sobrinha de 13 anos, craque em matemática, que ainda não leu porque tem uma fila meio grande de livros esperando por ela...








Sherlock Holmes e os Irregulares de Baker Street, pro sobrinho de 17, que é viciado em livros. É até difícil escolher novidades pra ele...









Lua Nova, para a Júlia. É o segundo livro da febre atual. Ela tenta me convencer a ler, e de vez em quando até tenho vontade, mas MORRO de medo de qualquer coisa relacionada a vampiro, então ainda não criei coragem... É pra rir de mim, eu sei, mas fazer o quê?







Ainda teve, pro sobrinho de 14 anos, um método de violão que não consegui achar no site da Cultura. Uma pena, é um livro com teoria e prática, que vem com 3 dvd's (básico, intermediário e avançado) que ensinam posições e músicas, meu marido, que toca violão e guitarra, quis até pra ele de tão legal que é.

Nárnia

A Cecília está apaixonada pelas Crônicas de Nárnia. Começou com o primeiro filme, O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, que viu numa versão baixada, falado em inglês. Várias vezes. Mesmo sem entender as falas (de vez em quando perguntava o que algum personagem 'tava dizendo), ela curtiu toda a história e torceu como louca na hora da batalha final. E comemorou pra caramba também.
Uns dias depois, o canal da Disney passou o filme dublado. Ela pirou: "Oba, agora eu consigo entender o que eles falam!"

Eu já tinha muita vontade de ler as histórias, além de ver o filme, que nunca consegui acompanhar até o final.
Com essa febre, acabei comprando o volume único das Crônicas, na Livraria Cultura, junto com os presentes de Dia das Crianças (que, aliás, é assunto pra outra postagem).

Como eu também não conheço as histórias, estou lendo em voz alta, junto com (para) ela. Estamos adorando, claro! A linguagem não é muito complexa, e combinamos que, quando aparecer alguma palavra que ela não conhece, vai me perguntar o significado.
Eu morro de vontade de continuar lendo, levar pros momentos vagos no trabalho ou num consultório, mas seguro a onda, pra também ser novidade pra mim, enquanto estiver "contando" a história pra ela.
Foi uma idéia que surgiu meio sem pensar, mas que é ótima, não? Ler pros pequenos livros que não são só pra eles. E que ainda não conhecemos, pra vivermos juntos as emoções. Imagino que seja uma boa maneira de criar neles esse amor pelos livros.
Que eu amo mesmo, não tem jeito! Herança do meu pai, e quem herda não furta, né, que bom!


Miniárvore de Natal


Minha nova invenção é essa arvorezinha de Natal em crochê, pra enfeitar o computador. Fiz baseada na árvore daqui de casa, que pretendo montar ainda nesta semana. Mas essa é cônica, pra ser feita de uma vez só.

Quando faço um trabalho de crochê (e talvez raciocine assim também pra outras atividades, nunca pensei sobre isso...), eu primeiro gosto de ter uma visão geral da peça, entender sua lógica. Seguir passo a passo ajuda, claro, mas sempre gosto de entender o mecanismo da coisa. Trabalho mais facilmente e também posso modificar alguma coisa, se precisar.

Então a minha miniárvore é um cone feito em pontos altos, com diminuição de 8 pontos a cada duas carreiras.
Ou seja, as duas primeiras carreiras têm 64 pontos; as duas próximas, 56; as duas seguintes, 48 e assim por diante, até fechar o cone.
A cada 4 carreiras (na 4ª, na 8ª e na 12ª), entram as bolinhas, que pus com base nesta aula da Elaine. Na 4ª e na 8ª, são 8 bolinhas; na 12ª, apenas 4, porque ela é bem mais estreita.

Material:
agulha de crochê de 3 mm, se o seu ponto for apertado, ou de 2,5 mm, se for um ponto mais frouxo, uma argola de acrílico de mais ou menos 11 cm de diâmetro, lã verde escuro (usei a Pingouin Brilho), 20 bolinhas e 1 estrelinha (compradas em loja de artigos para bijuterias).

1) Passei as bolinhas pela lã. Pode ser como a Elaine ensinou ou com uma agulha de bordado cujo buraco seja largo o suficiente para passar a lã e estreito para passar pelo furo da bolinha.
2) Cobri a argola de acrílico com 64 pontos baixos. (Parece que o número mágico para crochê redondo, seja para aumentar seja para diminuir, é 8. Só consigo bom efeito com múltiplos de 8.)
3) Fiz duas carreiras de 64 pontos altos (ponto sobre ponto de base). Ao final, emendei o último ponto alto com ponto baixíssimo na terceira correntinha feita para subir.
4) Na 3ª carreira, fiz 6 pontos altos e fechei juntos 7º e 8º pontos, para a diminuição. Segui assim até o final (6 pontos normais, dois próximos fechados juntos).
5) Na 4ª carreira, fiz 6 pontos altos, prendi a bolinha no 7º ponto como ensina a Elaine. Pulei um ponto de base (o "vêzinho" da carreira anterior, resultante da diminuição). Continuei assim até o fim da carreira: 6 pontos, 1 bolinha, pulei o ponto de base abaixo da bolinha.
6) 5ª carreira: 5 pontos altos, diminuí nos dois seguintes, e assim por diante.
7) 6ª carreira: apenas ponto alto sobre ponto alto.
8) 7ª carreira: 4 pontos altos, diminuição, até o fim.
9) 8ª carreira: 4 pontos altos, bolinha, até o fim.
10) 9ª carreira: 3 pontos altos, diminuição, até o fim.
11) 10ª carreira: ponto alto sobre ponto alto.
12) 11ª carreira: 2 pontos altos, diminuição, até o fim.
13) 12ª carreira: 5 pontos altos, bolinha, até o fim.
14) 13ª carreira: 1 ponto alto, diminuição, até o fim.
15) 14ª carreira: ponto sobre ponto.
16) 15ª carreira: diminuí, fechando juntos cada dois pontos altos.
17) 16 ª carreira: ponto sobre ponto.
18) 15ª carreira: diminuí, fechando juntos cada dois pontos altos.
19) Fiz um ponto baixo unindo todos os 4 pontos da carreira anterior.
20) Prendi a estrelinha como fiz com as bolinhas.

Nunca expliquei crochê por escrito. Se alguém quiser explicação melhor, é só pedir.


Adivinhação

Meu amigo ligadíssimo na Internet me mandou outro link maneiro (ele já tinha mostrado o blog do Saramago. E o Verdade Absoluta!).

A gente aqui em casa sempre brinca de "Pensei numa pessoa" (ou bicho, lugar, comida, brinquedo... variamos), pra passar o tempo no carro, quando falta luz ou só quando quer ficar todo mundo junto, embolado na cama.
A Cecília adora! E ela brinca direitinho, pensa em alguma coisa e responde nossas perguntas (tá certo que ela dá umas dicas às vezes), ou faz perguntas bem coerentes quando tem que adivinhar.
Rafael (o pai) é que é mestre em pensar numas pessoas dificílimas de achar, desafiantes mesmo.

Pois esse Adivinho brinca disso, mas na Internet.
Testei umas dez vezes, e ele só não acertou o Guimarães Rosa (mas foi de Machado de Assis) e o Marcelo Rubens Paiva. Mas ele é bem humorado quando não acerta. Um bom perdedor.  :)
Bem legal pra distrair numa noite braaaba de insônia!
 
A escola da Cecília (a Miúda) é beeeem ruim. No início, pusemos lá porque era perto. Não foi tão ruim enquanto era creche ou maternal. Teve um dia em que a professora pediu pra treinar as vogais em casa, mas ignoramos, porque ela tinha acabado de fazer 4 anos, e tudo bem.
Queríamos mudar de escola no começo deste ano, mas ela pediu pra ficar por causa dos amigos. Achamos justo.
Com o passar dos dias, porém, a coisa piorou muito. No começo, eles disseram que iam mostrar as letras e suas "famílias", mas só as que iniciassem os nomes da galerinha. Não era alfabetização, não tinham essa pretensão...
O ano passando, cada dever de casa me dava vontade de chorar. Descolados da realidade, não privilegiavam o raciocínio próprio da criança, forçavam a barra pra eles desenharem números sem, no entanto, ensinar noção de quantidade...
Nas férias de julho, pensamos de novo em trocar, mas pareceu que ia ser meio complicado, agüentamos mais um semestre. Arrependidos a cada novo dever, mas fazer o quê?

Semana passada veio um bem ilustrativo: "família" do S (apesar de ninguém na sala dela ter nome que comece com S). O dever trazia uns desenhos, o nome embaixo sem a primeira sílaba, e as crianças tinham de escolher a "certa" de uma listinha ao lado.
Um dos desenhos: uma sereia.
No dever do S. Pra uma menina que se chama Cecília. Que sabe escrever seu nome há uns dois anos. E que aprendeu a "família" do C no começo do ano.
O que a Cecília disse:
- Uai, mamãe, sereia? Mas o dever é do S... Acho que a tia I. não sabe escrever sereia, né, mamãe?
- É, Cecília, acho que ela não sabe mesmo...

Ela até sabe escrever sereia, mas de aprendizagem de escrita e leitura ela não tem a menor noção!

sábado, 15 de novembro de 2008

Nossos sacos de arroz de cada dia

Minhas meninas fazem evangelização infantil e, enquanto estão na aula, ficamos no grupo de pais. MUITO legal, uns aprendendo com os outros, bom demais.
E hoje a nossa "coordenadora" do grupo fez uma metáfora que adorei, que tem tudo a ver com minha postagem anterior.
Mais ou menos assim: nós, que somos pais imperfeitos, jamais daríamos aos nossos filhos de 3 anos, por exemplo, um saco de 5 quilos de arroz pra carregar. Se nós não faríamos isso, imagine se o nosso Pai celestial - perfeito - nos daria peso maior do que conseguimos carregar. Então nossos saquinhos de arroz diários ou eventuais aparecem na nossa vida porque Deus confia em nossa capacidade de carregá-los.
Se temos medo, é a nós que falta a confiança nele. Né, Tatiana?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A vida

Puxa, estou ainda em estado de choque.
Visitei o blog da Elaine pra pesquisar uma solução pruma coisinha que 'tou fazendo e soube da partida de sua filhinha. Eu nem sabia que ela tinha uma saúde frágil. Que coisa! A gente lê tanto uma pessoa, escuta tanto, e pouco sabe de sua vida. Estranho, né? Parece egoísmo, não sei.

Sou espírita e realmente acredito que não deixamos de existir. Mais: que não é por acaso que nascemos nas condições em que nascemos, nem que nossos pais nos recebem como filhos casualmente.
Mas nunca é simples pra mim ouvir uma notícia assim. E gozado que hoje, no trabalho, por duas vezes surgiu esse assunto, de filhos ou mães partirem desta vida, o que seria pior e tal. Fiquei com uma sensação esquisita. Que coisa, de novo.

Lindíssima a historinha do anjinho que a Elaine publicou com o convite para a missa de sétimo dia, que foi hoje à tarde. Eu teria ido à missa, se não estivesse trabalhando, só pra rezar mais de perto.
Mas vou fazer isso daqui de casa mesmo.
Desejo toda a força possível pra Elaine, seu marido e seu filho. Esse período inicial é o mais difícil, e com certeza eles vão precisar. Mas ela é uma pessoa muito querida e tenho convicção de que as orações de todos que lhe querem bem vão ajudá-los a passar por isso, até que a saudade se assente num canto da vida que segue.
E, um dia, todos se reunirão outra vez.
Admiro essa família por ter aceitado uma tarefa assim tão doída. Deus confia muito neles.
Que sigam fortes, então.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Feliz Ano Velho", de novo

'Tou relendo o Feliz Ano Velho, do Marcelo Rubens Paiva, depois de - quantos? - uns vinte e poucos anos...
Ela está na lista do PAS - Programa de Avaliação Seriada da UnB, e minha filha teve de ler. Peguei meio despretensiosamente e já 'tou no meio, porque é bem facinho, né?
Gozado, da primeira vez eu tinha aí uns 16, 17 anos e lembro como fiquei encantada com o autor. De início, eu nem o conhecia (alienadinha que era), embora ele apresentasse um programa na TV Cultura, o Fanzine. Aí ficava torcendo por um "final feliz", achava que ele andaria e tal. Nem sabia que ele já era conhecido em sua cadeira de rodas.
Lembro também como fiquei curiosa com a linguagem dele, umas gírias que eu não conhecia, cujo significado nem entendia direito.
Hoje me surpreendi quando notei que ele é só 10 anos mais velho que eu. Tudo bem que isso significa que vai fazer 50, mas e daí? Interessante como, quanto mais adultos ficamos, menos impacto tem a diferença de idade. Naquela época ele parecia um cara anos-luz na nossa frente, totalmente descolado. Mas tinha só 20 anos, um menino!

Acho legal o livro, mas, literariamente, a gente tem de ser sincero: ainda não era lá essas coisas, né? Divertido, fluente, mas não literatura assim de grande qualidade.
Gozado que tenha entrado pra lista do PAS. Que será que os examinadores cobram sobre esse livro?
De qualquer modo, marcou uma época, não dá pra negar. Era quase obrigatório entre os (pelo menos pretensos) intelectuais da minha adolescência.
Qualquer dia desses vou reler também o Blecaute (que adorei) e fuçar os outros livros dele - nem sabia que tinha tantos.
Pra ver o que a Tatiana adulta vai achar do Marcelo Rubens Paiva cinqüentão!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Oito anos

"Oito horas de vôo num concorde
Cinco dias num barco mar adentro
Sete noites dormindo ao relento
Sete ciganas lendo a minha sorte
Quatro dias, em pé, no trem da morte
Vinte léguas montado num jumento
Sete mil flores no meu pensamento
E eu trilhando os últimos espaços
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento

Valentia de pai ou de irmão
Concorrência com o astro do momento
Temporal, tempestade, chuva e vento
Holocausto, hecatombe e tufão
Desemprego, palestra e sermão
Tititi, coqueluche, casamento
Pé de ponte, mansão, apartamento
Paparazzi, sucessos e fracassos
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento

Ladroíce, mutreta, malandragem
Álcool, droga, barato, passamento
Amnésia, larica, esquecimento
Roubalheira e má politicagem
Cabaré, palacete, sacanagem
Fome, greve, motim, acampamento
Confusão, batalhão, fuzilamento
Reclusão, solidão, sonho aos pedaços
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento"
(João Linhares)

Tropecei muito até encontrar o conforto dos teus braços, mas hoje faz oito anos que me sinto em casa, finalmente. Como sempre acreditei que aconteceria. Como sempre quis e quererei.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Trabalho fantástico

Aliás, há muito quero elogiar a Elaine. Quando descobri seu blog, fiquei boba! É fantástica a maneira como ela ensina os trabalhos e como torna simples de fazer os pontos mais elaborados.
Além de fazer coisas muito legais, ela disponibiliza inúmeros vídeos, mesmo que façam parte dos dvd's que vende.
Eu tenho vontade de comprar um monte, mas, como tenho uma lista enorme de trabalhos de crochê pra fazer, que estão parados na fila, ainda não decidi quais quero primeiro. De qualquer modo, já aprendi várias coisas com os vídeos que ela deixa no blog. Indispensável pra quem gosta de crochê!

Minhas lembrancinhas de maternidade

Trabalhar menos horas faz um bem danado, tanto que, das três filhas, só pra caçula eu consegui fazer lembrancinhas de maternidade. Terminei tudo o que queria fazer pro enxoval e deixei as lembrancinhas pro final, claro, porque não eram assim essenciais. Mas foi bom, porque como as minhas meninas não têm pressa de nascer, em vez de ficar o tempo todo ansiosa com o início do trabalho de parto, eu ficava pensando em terminar as tais. Minha filha mais velha ajudou e fizemos 40, achando que ia ser demais, mas acabou sendo a conta. E acho que, se mais houvesse, mais iriam.
A idéia foi de um vestidinho que a Elaine faz para ímã de geladeira. Eu, porém, fiz chaveiro, porque queria algo mais útil. Fizemos de várias cores, e as pessoas escolhiam de acordo com seu gosto. A etiquetinha também foi feita em casa, pela minha irmã, e pregada com alfinete.

As fotos não estão muito boas, porque tirei com o celular, mas dá pra ter uma idéia. Os vídeos que ensinam a fazer estão nesse e nesse links, no YouTube.

Bolo de caneca

Um sobrinho descobriu essa receita muito legal. Confesso que ainda não fiz, mas ele fez, e outras duas sobrinhas também. Todos gostaram muito, principalmente, claro, pela praticidade e rapidez. 
Achei excelente pra quem precisa de um lanche rapidão, 'inda mais com criança em casa.
Uma das minhas sobrinhas diminuiu o açúcar, porque não gosta de coisas muito doces, e aí o bolo não cresceu tanto. Como a receita não inclui fermento, imagino que o açúcar é que faça as vezes.
Traduzida rapidamente, a receita é assim:
4 colheres (sopa) de farinha de trigo
4 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de chocolate em pó
1 ovo
3 colheres (sopa) de leite
3 colheres (sopa) de óleo
Numa caneca grande, misture farinha, açúcar e chocolate em pó. Depois, ovo; depois, leite e óleo. Ponha pra assar no microondas por 3 minutos, em potência alta (1000 watts).

A idéia é ótima, parabéns pra quem inventou!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"Saraiva não"

"Saraiva NÂO" é um blog muito legal. Meu marido comentou que o encontrou numa busca qualquer que fez no Google.
Vale a pena acompanhar a briga do pessoal com a Saraiva. O fato é que a loja anunciou um IPod Touch 2ª geração mas 'tava vendendo o de 1ª. Em vez de se retratar, fez foi tentar enrolar os clientes cada vez mais.
Mas agora as pessoas 'tão aprendendo a botar a boca no mundo.
A Internet é massa mesmo, porque de um pra outro, daqui a pouco tem um monte de gente sabendo da história. Além de evitar compras na loja golpista, ajuda a criar uma nova atitude diante de trambiques desse tipo.
Maneiro. Torço pra que eles sejam linkados no maior número de blogs possível!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

E mais esse blog, então?

E não é que um dia 'tou no trabalho e um amigo me mostra esse Caderno? Que fã mais fuleira que eu sou, heim? Mas talvez a fuleirice seja mesmo meu traquejo com a Internet. Gosto muito, conheço blogueiras com as quais queria parecer, quando crescesse, mas na minha vida real é sempre tão difícil...
Com o IPhone - que continua sendo assunto prum outro post - já consigo ler muitas coisas, mas escrever nele não é tão automático quanto nesse teclado. Eu digito assim desde 14 anos, quando fiz o curso de datilografia (é, eu sou DESSE tempo...), muito difícil ter fluência naquele tecladinho, mesmo que em "touch screen". Enfim, taí o blog do Saramago.
Ainda não vi direito, depois falo mais. Mas é claro que volta e meia vou linká-lo, dá pra duvidar?
A propósito, não gostei nem um pouco do tal CSI. A despeito das potencialmente interessantes técnicas de encontrar e analisar pistas, eu nunca vou conseguir acompanhar uma série cujos episódios, todos, sem exceção, trazem uma morte violenta, um crime. Não tem nada a ver comigo.
E me impressiona a quantidade delas que existem por aí, nesses canais de tv a cabo.
Uma que fiquei a fim de ver, apesar da inevitável morbidez, foi Pushing Dayses. Mas aí o tom é totalmente diferente, né, e também a estética. Adorei a coisa meio Amélie Poulain. Até já pedi pro meu querido baixar, pra gente ver na seqüência, porque uma coisa de que não gosto é ver série aos pedaços, e toda fora de ordem. Dá uma preguiça!
Quando conseguir ver tudo, digo como foi.

Imdb

Há muito tempo eu fiz um post listando coisas de que queria falar. Eram muitas e nunca consegui retomar, imagina a ilusão!
Mas uma delas era o IMDb. Cara, que coisa fantástica esse site.
Tem TUDO!
Uma coisa que sempre encasqueto é com a cara dos atores em filmes, séries, às vezes até propragandas. Sabe aqueles eternos coadjuvantes? Que volta e meia você reconhece, sabe que já viu e não lembra de onde?
Pois vou lá no IMDb, acho o filme, o personagem e pronto: fuço até encontrar onde já tinha vista a tal cara.
O mais legal foi um sujeito que vi num episódio do CSI. Eu 'tava aqui de bobeira e resolvi ver um dia, só pra saber como era, porque já tinha ouvido algumas pessoas dizerem que gostavam. Aí fiquei com essa lembrança do vilão. Já o tinha visto, mas não tinha idéia de onde. Nem o nome do carinha eu sabia. Aliás, nem nadinha sobre o episódio, de qual temporada era, nada!
Pois achei no Google o tal espisódio, que tratava de quimerismo, casei com a busca no IMDb e descobri que ele tinha feito uns episódios de Friends. Maneiro.
Devia ter base de dados assim pra todas as categorias de futilidades existentes. Inclusive novelas da Globo. Tem umas antigas que ficaram na minha precária memória da infância, e tem vez que dá vontade de fuçar alguma informação perdida... Tem agora o site da Globo, mas não chega nem perto do IMDb, né? Quem sabe um dia eles crescem!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Domingo passado fizemos uma reunião muito especial na minha casa.

Nesse dia, minha caçulinha completou seis meses (passou MUITO rápido!)

Eu sou espírita, meu marido não tem religião e os padrinhos dela estão procurando conhecer o Espiritismo. Então não tinha sentido, pra nós, fazer um batizado tradicional.

Mesmo assim, eu queria celebrar a união dela com os padrinhos, e a reunião teve exatamente esse propósito. Como minha casa é pequena e a família, grande, chamamos apenas todos dela que moram aqui e mais dois casais de amigos, que, pelo meu sentimento, representaram todos os outros.

Sentamos em roda, eu falei por mim e pelo pai, os padrinhos falaram cada um suas mensagens.

Foi muito bonito.

Eu escolhi um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo que se chama "O Homem de Bem".

Gosto dessa leitura porque ela enumera muitas qualidades do homem de bem e, à medida que leio, imagino: "isto aqui eu já consigo fazer de vez em quando; ih, isso aqui eu não tou nem perto de conseguir". São muitas coisas bem difíceis, e no final ele ainda diz que ali não estão listadas TODAS as qualidades do homem de bem! Mas, de qualquer forma, a própria mensagem frisa que o importante é o esforço pra ser melhor a cada dia.

Eu gostei dessa leitura praquela reunião porque penso que, independente da crença de cada um, todos queremos que nossos filhos ou nossas crianças sejam pessoas de bem.

Esse é, com certeza, meu maior desejo pros meus meninos - minhas filhas e meus enteados.

E disse pros padrinhos que o que esperamos deles é que nos ajudem nessa tarefa, de orientar nossa pequeneninha no caminho do bem.

Depois de mim, a Madrinha disse umas coisas muito lindas para a bebê. A mais legal, acho, foi que ela deseja que "toda a lindeza que a gente vê nela se estenda até o fundinho de sua alma". E também que eles querem mostrar pra ela que viver vale muito a pena. Adorei!

O Padrinho também disse que eles estavam muito felizes por terem sido escohidos, e que estavam à disposição dela e de nós dois pra o que precisássemos.

Enfim, foi tudo muito comovente, muitos ficaram com os olhos marejados, e eu fiquei muito feliz, porque era exatamente isso que eu tinha desejado pra essa reunião.

Depois, claro, fomos cuidar do corpo, como diz sempre uma professora minha da casa espírita que freqüento: comemos um lanche bem gostoso, almoçamos e conversamos bastante.

Mas aquele clima bonito de bênção e alegria ficou pairando no ar o dia todo.

Tenho certeza de que minha pequenina se sentiu muito abençoada, não só por nós seus pais e pelos padrinhos, mas por todos que se reuniram ali em razão dela.

Eu particularmente estendo essas bênçãos e essa celebração às nossas outras crianças e seus padrinhos, e a todos os outros da família e aos amigos mais próximos, porque é na convivência cotidiana que trabalhamos pra trilharmos esse difícil mas inevitável caminho do bem.

Sou muito feliz pela família que estou construindo, pelas famílias em que estou inserida e pela fé que mudou completamente minha vida.

Viver vale a pena mesmo!



Abaixo, copio "O Homem de Bem", pra quem se animar.



O homem de bem
3. O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a demência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.)
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O retorno, será?

Puxa, até minha irmã reativou o Atalanta, ela escreve tão bem. E me deu uma vontade de escrever também, e eu há séculos sem postar nada.
Será que consigo retomar?
Não é falta de vontade, mas um pouco de assunto.
Se eu penso no propósito inicial deste blog, que era falar das coisas que eu lesse, visse, ouvisse, nem teria mesmo muito assunto.
Mas talvez eu possa retomar e falar um pouco de outras prosas, coisinhas assim do dia-a-dia.
'Inda mais que eu 'tou no auge da experiência materna, com minha terceira filha ainda bebê. Essas três meninas dão tanto pano pra manga da reflexão, de repente eu poderia falar dessas idéias todas que tenho sobre ter filhos, criá-los e tal.
Não queria mais um blog exclusivamente sobre maternidade, mas talvez eu possa falar da vida em geral, né, do que penso sobre os costumes atuais de educar, dos valores que têm imperado, da lutazinha diária por um mundo um pouco mais humano.
Quem sabe?
Tomara que eu consiga.
Enquanto isso, vou acompanhando o Atalanta, que ali a matéria é boa!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Lili

Na onda de lembrar da infância, encontrei mais esse vídeo no YouTube.




Tenho procurado o filme pra comprar, mas é um pouco difícil. De qualquer modo, não sei se acharia dublado, mas ainda não perdi as esperanças. Da primeira vez que procurei, nem com legendas em português eu achei. Talvez compre o DVD assim mesmo, na Amazon, não sei.

O que queria dizer é que vimos no cinema com meu pai e minha mãe, tão crianças que eles tinham de ler a legenda pra gente, baixinho, porque ainda nem sabíamos ler.
Depois vimos algumas vezes na Sessão da Tarde. já dublado, claro.
O Papai e a Mamãe cantavam a música pra gente, na versão em português, e até hoje eu canto pras minhas meninas, quando deito com elas pra dormir.
Além disso, lembro que cantávamos também na "lagarta" do parque de diversões da Pampulha, eu, as duas irmãs e o Papai. Essa é uma lembrança muito feliz da minha infância, e é importante isso, visto que quase não tenho lembranças dessa época, e as poucas não são propriamente felizes.

Quando disse que queria ver o filme de novo, meu Marido perguntou: "tem certeza?". Achou que poderia perder a magia que me ficou desde a infância. Mas, ao ver essa amostrinha, sei que não é possível perdê-la.
Agora quero mais ainda ter o filme em casa, pra mostrar pras filhas e, quem sabe, implantar nelas a mesma magia por esse filme que, quando eu era criança, já era meio antiguinho.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

"Ensaio sobre a Cegueira", o filme

Pois é, o filme tá chegando.
Meu marido e depois dele uns colegas de turma tinham comentado que o José Saramago havia gostado muito do "Blindness", que não mudaria nada, exceto o cão escolhido para ser o das lágrimas, como de fato o jornal Público afirma aqui.
Fernando Meirelles disse que em Cannes houve críticas ruins e boas, mas que estava mais ansioso pra saber a opinião de Saramago.
Bom, eu não sou cineasta, mas, como amante de cinema e admiradora do autor, também me satisfaço com a opinião dele: se gostou de tudo, fico tranqüila porque acho que vou gostar também.
Agora é esperar. Achei que não conseguiria ver no cinema, mas li nessa notícia que o filme só estreará em Portugal em novembro. Até lá minha Pequeníssima já poderá ficar algumas horas sem mim em casa. Afinal, já estarei até de volta ao trabalho. É uma pena, mas o tempo passa e isso terá de acontecer, cedo ou tarde.
Falando nisso, ando com vontade de falar um pouco sobre a maternidade e como a senti com a terceira filha.
Sei que inicialmente não tem relação com o propósito desse blogue, mas afinal eu não tenho conseguido ler muito ou mesmo ver alguma coisa na tv. Tenho visto a reprise de House depois do almoço, mas assunto tão repetido acho que não conta, né?
Enfim, se conseguir tempo, vou escrever sobre minhas sensações pós-terceiro-parto.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Desenho da infância

Pois é, ainda não desisti completamente do blog.

Minha mais pequena filha está com um mês e meio, e ainda é um pouco difícil ficar muito tempo no computador.

Mas isto eu tinha de falar: achei no YouTube esse vídeo muito legal, do Natal da Turma da Mônica.


Procurei pra minha Miúda (a do meio), que queria ver desenhos no celular (nesse meio tempo ganhei um Iphone de presente de maternidade, mas isso é assunto pra outro post, quando der).

Vale a pena ver o que o cara (a cara?) que postou o vídeo escreveu. Era assim mesmo, começaram a passar o desenho sem qualquer explicação, ele entrava na programação de repente e a gente ficava maluca pra ver.

Pra mim, sempre teve uma conotação meio mágica, e nunca parei pra pensar no porquê.

Mas é claro que era a raridade do desenho. Se não me engano, foi a primeira vez que vimos os personagens das revistinhas da Mõnica ganharem vida. A molecadinha de hoje, que tem acesso a fitas de vídeo e dvds desde pequenos, não pode entender essa emoção. Ainda por cima era de Natal, sei lá, pra mim parecia que o desenhinho tinha mesmo a magia do Natal, um quê de presente pra nós também, e não só pra Mônica e sua turminha. E olha que eu nem acreditava em Papai Noel, mas aquele desenho tão curtinho deve ter me dado uma certa dúvida sobre sua existência, ao contrário.


quinta-feira, 27 de março de 2008

Mais sobre "House"

Pra seguir a ordem daquela longa lista de assuntos, e aproveitando que não consigo acessar os sites dos meus bancos, razão pela qual vim ao computador, vou tentar fazer um post rapidinho.
Já faz umas semanas que esgotamos todos os episódios disponíveis de House, inclusive os que ainda não passaram no Universal Channel daqui.
Mas enquanto seguíamos a ordem, eu cheguei a me desanimar. Na terceira temporada, o Dr. House fica insuportavelmente chato. Isso mesmo, ele é chato de natureza, e essa é a graça do personagem. No entanto, naqueles episódios em que o policial tenta de todo jeito incriminá-lo por tráfico e outras coisas menores, em que todos à sua volta vão progressivamente se ferrando pra mantê-lo a salvo e ele fica cada vez mais grosseiro e indiferente, cada vez mais explicitamente egoísta, eu achei que tinha chegado ao meu limite de compreensão com os defeitos dele e quase não queria mais ver a série.
Mas, no final da terceira e, principalmente, na quarta temporada, ele volta ao seu normal. Continua um escroto, mas de novo num limite suportável, e aí fomos até o 12º episódio, que era o último disponível.
Pareceu-me um pouco forçada a demissão de toda a equipe, a saga pra contratar uma nova, com os velhos membros ainda rondando a história e tal. Nitidamente criada pra movimentar um pouco os bastidores, já que os conflitos próprios das diferentes personalidades já pareciam ter sido todos explorados. Mas tudo bem, até que gerou momentos engraçados, e alguns pra refletir, bem ao que parece ser o objetivo da série.
Ainda não sei se já tem mais algum episódio à disposição, mas agora começamos a ver Heroes, e estamos sobrevivendo dessa nova mania! Isso, porém, é assunto pra outro post, quando der.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Blog na UTI

Tadinho do meu blog, tão largadinho, assim lutando pra sobreviver ao abandono.
Mas não é por mal. É só que, além de eu não ser assim uma internauta tão voraz quanto as minhas amigas blogueiras, eu ainda estou terminando de preparar tudo o que preciso pra minha terceira neném, que vai nascer no próximo mês.
Eu andava bem tranqüila e de repente senti o tempo apertar, porque ele passa mesmo rápido e não tá nem aí se a gente se apercebe disso. Então comecei a me empenhar seriamente em fazer e comprar tudo o que precisava pra Miudíssima ser bem recebida do lado de fora da barriga.
É por isso que meu tempo livre, que já se reduziu drasticamente nos últimos meses, por causa de transformações no trabalho, ficou quase todo por conta do enxoval.
Mas neste último fim de semana deu pra fazer uma pausinha pra cuidar da Páscoa. O lance é que já tem uns 4 anos que eu e meu Marido resolvemos fazer em casa algo pra presentear, em vez de comprar ovos de Páscoa.
Nos anos anteriores foi biscoito. Teve de castanha coberto com chocolate e de amendoim com pedaços de chocolate. Todos ficaram muito bons e fizeram sucesso, pelo menos entre os adultos pais dos presenteados!
Este ano, porém, me inspirei nesta sugestão aqui, que a Dani lincou no blog dela.
Pra variar, acabei fazendo algumas modificações: como aqui é difícil achar o "sour cream", usei creme de leite de caixinha, aquele sem soro. Além disso, fiz também uma receita com bolo de chocolate, então nos conjuntinhos que montamos havia dois bolinhos de baunilha e dois de chocolate. Usei misturas para bolo mesmo, mas, claro, marcas nacionais. Não sei se foi o tamanho da forminha, que, embora tivesse fundo do tamanho exato do biscoito (Negresco, porque o Oreo também é mais difícil de encontrar), talvez fosse mais rasa do que a da moça que ensinou, mas cada receita rendeu uns 36, em vez de 22 a 24 bolinhos. Ficou MUITO legal. Presenteamos toda a família, e ainda os amigos dos dois trabalhos (meu e do Marido) e os da escola da filha Graúda. E ainda sobrou pras gulas daqui de casa.
Recomendo!
E, só pra mostrar que eu não esqueci o propósito inicial deste blog, aí vai uma lista das inúmeras coisas que li e vi e de que ainda quero falar um dia, quando der.
House, terceira e quarta temporadas.
Heroes.
O Amor nos Tempos do Cólera, a releitura.
Memória de Minhas Putas Tristes.
O Ensaio sobre a Cegueira e O Ensaio sobre a Lucidez.
Babel.
Crash, no Limite.
Clube da Luta, o livro na opinião de quem leu.
Imdb, o site.
Ai, quantos posts! Vamos ver se eu consigo terminar o que falta fazer antes de a Miudíssima chegar. Porque, depois, vou precisar de pelo menos um mês até os horários dela regularem e eu conseguir sentar na frente do computador. Isso se ela for como a irmã do meio, que passou a dormir a noite inteira com essa idade, mais ou menos.
Enfim, ainda não abandonei completamente o blog, mas devo continuar demorando a voltar.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Paradas culturais

Pra minimizar o tom de reclamação do post anterior, aqui vai um de elogio puro: li no Correio Braziliense, jornal daqui de Brasília, sobre o projeto Parada Cultural (parada é o nome que se dá a ponto de ônibus, por aqui).
A iniciativa é do proprietário do Açougue Cultural T-Bone (e da ONG criada por ele), já conhecido aqui em Brasília por disponibilizar livros pra empréstimos, além de vender carne.
Depois de criar um espaço cultural com bilbioteca e casa de cultura, Luiz Amorim, que não é meu primo apesar do sobrenome, teve a idéia de instalar bilbiotecas nos pontos de ônibus. Além do local, o diferencial dessas bibliotecas é não controlar os empréstimos. Mesmo assim, segundo matéria publicada pelo Correio, os responsáveis dizem que a perda é mínima e, por outro lado, as pessoas que normalmente não teriam acesso a livros se sentem mais à vontade pra pegá-los emprestados, porque não têm de preencher cadastro detalhado, o que às vezes pode constranger algumas pessoas.
A idéia é muito boa, sem dúvida, e nem é preciso procurar grandes elogios, de tão evidente que é o benefício.
Vale só parabenizar o T-Bone por mais esse projeto tão útil, simples e bonito de ver num país de tanta defasagem cultural.
Que venham sempre mais.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Mercado de livros no Brasil

Falando na trilogia Bourne, lembrei de uma história que um amigo do trabalho comentou: quando saiu O Ultimato Bourne no cinema, o irmão dele procurou o livro pra ler e, acreditem, não tinha sido publicado em português.
A Dani já tinha mesmo me dito que o irmão ou a mãe dela, não lembro, tinha lido e gostado muito, e foi aí que soube que também havia os livros. Mas ainda não tinha tido tempo ou dinheiro pra procurá-los.

Essa história do meu amigo veio numa conversa que tínhamos justamente sobre o mercado editorial no Brasil, a partir de um constatação que eu havia feito: quando não houve mais novos Harry Potter a serem lançados, fui reler A Pedra Filosofal, desta vez a edição brasileira, e fiquei espantada com a quantidade de erros de revisão e até tradução que havia.

Antes de mais nada, acho inadmissíveis erros de revisão, especialmente em livros.
E, affinal, apesar de publicar Paulo Coelho, a Editora Rocco é grande e antiga, e tem alguma respeitabilidade, né? Mas até compreenderia que a primeira edição da Pedra Filosofal tivesse saído com erros, apesar de tudo. O que não dá pra aceitar é que, depois de sete anos, não tenham feito uma revisão cuidadosa, pelo menos em respeito aos sei lá quantos milhares de exemplares vendidos.

Além disso, é gritante a diferença de oferta que temos, em relação aos países já desenvolvidos...
Uso o próprio Harry Potter como exemplo: na Inglaterra, há as edições pra adultos, com capas belíssimas, e pra crianças, todas em versão de bolso, em brochura, ou de luxo, com capa dura.
Nos Estados Unidos, eles têm a versão brochura, a de papel jornal, a de capa dura, a de luxo... Lá, inclusive, os inícios de capítulo trazem ilustrações muito bem feitas. E, pelo menos no Deathly Hallows, que é o único que tenho na edição americana, os recortes de jornal citados na história são reproduzidos como ilustração, no corpo do texto.
Aqui, só temos uma versão: brochura, sem ilustrações quaisquer, com margens minúsculas que é pra economizar papel ao máximo... Frustrante.
Isso porque 'tou falando de um estouro de vendas como esse, feito pra um público que até aprendeu a ler em inglês e comprou as edições estrangeiras pra não ter de esperar pelas nossas. As quais, ainda assim, também comprou, porque, além de ler, coleciona.

Tudo bem que muita coisa mudou nas últimas décadas, que hoje as grandes cidades têm grandes livrarias, preocupadas com qualidade e bem-estar do consumidor, que temos muito mais opções do que tínhamos.
Mas será que pelo menos a pequena parcela da população brasileira que lê e compra livros já não mostrou que merece um pouco mais de investimento dos editores? E que existe mercado pra se investir em luxos como também a beleza dos livros?
Ou pelo menos na tradução e lançamento de livros, ainda que sem luxo, que pelo menos aproveitassem o interesse levantado pela estréia de uma história no cinema, pô!

Enfim, lamento que ainda estejamos na transição pra um país de leitores e consumidores de livros, e torço pra que cheguemos a um nível ainda mais elevado.
Ainda que minha queixa e meu desejo pareçam reclamações fúteis, se considerarmos quantos analfabetos, pelo menos funcionais, ainda penam pelo nosso país.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

"Bourne"

Finalmente conseguimos ver o terceiro Bourne.
Tínhamos visto os dois primeiros assim, meio despretensiosamente. Aliás, quando vimos A Identidade Bourne, nem sabia que haveria continuação.
A Supremacia Bourne já vi no cinema, sem lembrar muito dos detalhes da trama.
Quando saiu O Ultimato, resolvi rever os outros, pra saber direito o que aconteceria.
Filmes de ação nem são meus preferidos, mas desses gostei muito!
A direção é excelente, com aquele ritmo bem ágil que combina com a mente atordoada do Jason Bourne. Além disso, as cenas de luta são maneiras, porque são sujas, confusas, com a câmera mexendo o tempo todo pra gente ficar meio sem saber quem tá apanhando em cada momento. Imagino que luta de verdade seja mais pra isso mesmo, né, e não aquelas coisas coreografadas que normalmente se vêem em cinema.
Gosto também da trilha sonora, que combina perfeitamente com o andamento do filme.
Mas o melhor é o personagem. Ele é uma espécie de super-herói ao contrário, né, só que não tem superpoderes, mas superabilidades. E, em vez de ter sido treinado pra fazer o bem, foi pra matar. O condicionamento é tão eficaz que o cara (e também seus colegas) mata sem nem pensar no porquê. Aliás, é isso que ele começa a questionar quando perde a memória. Continua ultracapaz, mas já não aceita matar tão facilmente.
Achei muito boa a construção de um personagem assim, com esse grau de complexidade, numa história de ação.
Além de tudo o mais, vamos combinar, o Matt Damon deu muito bem conta do recado, né? Grande menino, rirri.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

"House"

Eu não tenho sido muito de TV. Mesmo dos canais a cabo, que pusemos em casa há mais ou menos um ano e meio, mais por causa da Internet, pouca coisa me interessa.
Acho bom, porque sei o quanto televisão pode ser viciante, e sempre me incomodou ficar muito tempo a sua frente, naquela passividade que beira a patologia.
Mas uma boa descoberta foi o House.
Gostamos tanto dos esparsos episódios que víamos nas tardes de sábados ou nas madrugadas de insônia, que pegamos as temporadas anteriores.
Já vimos toda a primeira e alguns episódios da segunda.
É muuuuito bom!
Gosto da mistura de mote bem sério, com todas aquelas doenças malucas, graves e potencialmente fatais, com a ironia oriunda do próprio personagem principal, sarcástico como poucos.
Por isso mesmo é um personagem tão rico. Genial em sua técnica mas sem qualquer habilidade pra lidar com as pessoas, menos ainda com seus sentimentos.
Por outro lado, algumas atitudes suas mostram interesse pelo bem-estar dos outros. E quase todas vem seguidas de um comentário ácido, que faz parecer que o interesse era só pela história em si, o tal quebra-cabeça que todo mundo sempre menciona.
Conheço um cara assim. Claro que este não faz nada tão genial como comandar um departamento de diagnóstico que só atende a casos complicadíssimos, com médicos especialistas que têm à disposíção todo tipo de máquinas e parafernália pra fazer qualquer exame que se pense.
Mas é um cara de mente brilhante, bom no que faz, e que não tem paciência pra lidar com os sentimentos alheios. E os próprios, claro, nos quais às vezes se afunda feio.
Interessantes essas pessoas. Muita gente não as suporta, algumas aprendem a gostar delas.
Eu aprendi, mas, de fato, não sei se suportaria conviver intimamente com alguém assim.
Como disse a ex-mulher do House, num episódio desses, ela o ama e admira muito mais que ao atual marido, mas não pode voltar pra ele, com quem se sentia sempre solitária.
Enfim, é uma série bem interessante, porque a seqüência em torno da vida dos personagens fixos não é o mote central dos episódios, mas de qualquer modo proporciona boas reflexões sobre a natureza humana.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Filme X livro

De fato, como havia dito, voltei a ler O Amor nos Tempos do Cólera. Tudo bem que eu adoro cinema, acho fantástico quando um diretor consegue fazer a gente entrar na história e, por algumas horas, esquecer o mundo lá fora.
Mas um livro traz satisfação maior, não tem dúvida! Neste, a gente pode saborear os detalhes, o ambiente, a formação dos personagens, suas angústias e alegrias. A satisfação é prolongada, porque é a gente que faz o ritmo, e o mergulho na história é bem mais profundo e prazeroso.
Talvez a alegria do cinema só possa mesmo ser completa se o roteiro for original. Todo filme adaptado da literatura, fatalmente, está sujeito à comparação. E lembro-me de poucos que, por mais que tivessem agradado, tenham levado a melhor. O máximo que já escutei, e é raro, é que o filme ficou tão bom quanto o livro que o inspirou. Melhor, é difícil. Se alguém lembrar exemplos, me dê um toque pra aumentar o papo, ok?

A árvore de Natal de crochê

Eu tinha esquecido da promessa de postar fotos da árvore de Natal, que fiz de crochê e me custou boas semanas de trabalho e ausência deste blog. Quem me lembrou foi a Dani, quando nos vimos (isso, pessoalmente) aqui em Brasília, anteontem (isto é, segunda-feira, dia 14, já que comecei a escrever este post na quarta, 16, mas demorei horrores a acabar graças à dureza que foi publicar essas fotos! Neste ponto, o Blogger deixa muito a desejar!).
Então aí vai.

A foto não ficou muito boa, mas nesta dá pra ver um dos lados. Ignorem, por favor, o reflexo da janela. Não soube como tirar!











Esta foto mostra a decoração que acabou definitiva, além de uma outra perspectiva, com dois lados da árvore.











Neste detalhe, pode-se ver melhor como ficaram a trama e a mistura de verdes.











A árvore toda consiste de três triângulos isósceles de mais ou menos 70 cm de base e 1,70 m de lados iguais. Foi feita com lã de tapeçaria que comprei em vários tons de verde. Desmanchei as meadas e fiz novelos emendando pedaços de tamanhos diversos, sem ordem pré-estabelecida. Usei a agulha mais grossa que encontrei, de 6,00 mm. Emendei os triângulos com agulha de tapeçaria. Essa espécie de barraca vestiu uma armação feita de canos PVC, pelo meu Querido.
Para enfeitar, usei fitas de cetim e uns fuxicos mal feitos que eu já tinha há alguns anos. Digo mal feitos porque na época fiz de cabeça e não lembrava direito como era. Agora só costurei uns alfinetinhos de mola atrás deles, pra transformá-los nuns broches.
Para o próximo Natal, pretendo fazer enfeites mais maneiros, talvez papais-noéis ou anjinhos de crochê, ou algo de tecido, ainda não sei. Isso se a Mais Miúda, que chegará em abril, permitir!
Enfim, gostei de ter inventado e conseguido produzir esta árvore. Uma das coisas que não constam do meu perfil, mas que dizem muito sobre mim, é que gosto bastante de coisas originais, principalmente se eu mesma consigo fazê-las.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"O Amor nos Tempos do Cólera" no cinema

Ontem vimos o filme "O Amor nos Tempos do Cólera". Tem algumas coisas bem mal feitas, mas no geral gostei do resultado. Fotografia bonita, história bem amarrada, sentimentalismo, humor e amostra da realidade latina bem dosados.
O livro foi o primeiro que li do García Márquez, e isso já faz mais de vinte anos (!). Adorei e apaixonei-me pelo autor, que se tornou um dos que mais li em toda a vida.
Mas não lembro os detalhes e não pude comparar filme e livro. Meu marido, que leu recentemente, sentiu falta de muitos detalhes, mas também gostou do filme.
Dura é a péssima tentativa de envelhecimento da atriz principal e rejuvenescimento do ator. Muito mal feitos. A mulher, no enterro do marido, fica nitidamente mais jovem que os filhos.
Além disso, ela, a despeito de ser belíssima, bem ao estilo da personagem do livro, não é boa atriz.
O cara, por outro lado, é muito bom. Aliás, os dois.
Outra coisa ruim é o filme ser falado em inglês, mas por atores cuja língua materna não é essa. Imagino que uma produção americana não poderia admitir um filme falado em espanhol. Paciência, mas o inglês macarrônico ficou difícil de engolir, pelo menos nos primeiros momentos, até o ouvido acostumar.
De qualquer maneira, apesar dessas falhazinhas de produção, o filme ficou muito bom.
Gozado é que eu já tinha começado a reler o livro, que minha filha Graúda ganhou de presente de aniversário ano passado, e agora fiquei com mais vontade ainda de terminar. Depois digo das minhas novas impressões, e das antigas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

"Encantada"

Acabamos de vir do cinema. Levamos a Miúda, com irmã e prima, pra ver Encantada. Gostei bastante da idéia e do resultado. Ficou muito divertido. Tem umas mesmas baboseiras de desenhos da Disney, aquelas musiquinhas feitas pra ganhar Oscar e tal, mas desta vez elas ficam engraçadas, porque vêm em filme e não animação.
A atriz que faz a quase princesa Giselle ficou excelente! Dá até pra relevar os nojeiras dos bichinhos urbanos nada docinhos ajudando-a a realizar as tarefas típicas de princesas e aspirantes a.
O Príncipe abobalhadinho também ficou muito bom. E a menininha Morgan é uma fofa, não tem nada da piruice própria das menininhas de hoje em dia.
Tudo bem que, como minha irmã comentou, agora virou moda tirar sarro de contos de fadas, depois que o Shrek emplacou de vez. Mas não tem problema se conseguem fazer isso direitinho.
A Miúda não curtiu muito o pedaço melado de tão romântico, mas logo veio baile e ameaça de Bruxa Má, e ela se interessou de novo. Recomendo pra quem tem meninas em casa. Até a minha Maior tinha ido e se amarrado. Imagina as miúdas!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Os sete Potters

Há muito venho enrolando pra falar dos Harry Potter. Se eu tivesse iniciado este blog algumas semanas antes, provavelmente teria sido um dos primeiros posts, porque eu ainda estava sob a emoção do recém-lançado Harry Potter and the Deathly Hallows. Mas o pico tinha passado e o assunto não vinha.

Na minha casa, fui a primeira a descobri-lo. Minha sobrinha tinha esse livro bem colorido que pedi emprestado, porque achei convidativo. Passado o primeiro capítulo meio lerdo, logo me amarrei. Na época, estava sendo lançado o terceiro da série. Li os três em seguida e daí comecei a esperar pelos outros. Algumas pessoas que conheci tiveram mais sorte, porque se encantaram depois e leram cinco livros de uma vez.

Claro que, no começo, achava meio chatas algumas coisas. Lentas, meio sem sentido. Mas, com o tempo, à medida que a seqüência ia se formando, superava esses desgostos. Do Cãmara Secreta mesmo só fui gostar depois do Enigma do Príncipe.

O fato é que eu me amarro na história toda. Converso com minhas filhas, sobrinhos, amigos, discutimos detalhes e dúvidas. Antes de sair o último livro, passávamos horas conjeturando finais e soluções possíveis. Meu marido, fã de Guerra nas Estrelas, contou que na época dos filmes rolavam essas mesmas discussões sobre o destino dos personagens. Gostei de participar desse momento de especulações e imaginar que daqui a uns anos vou contar isso pras minhas filhas menores.

Do sexto livro, li uma tradução pirata, baixada da Internet, ruim toda vida, cheia de falhas. Mas não queria que me contassem o que acontecia e não agüentei esperar a edição nacional.

Para o sétimo, decidi treinar a leitura em inglês. Reli os seis primeiros, no original da Bloomsbury (presentes de 15 anos pra minha filha mais velha), pra me sentir segura de encarar um inédito.

No dia do lançamento, fui com a turminha pra Livraria Cultura, onde houve uma gincana sobre a série pra animar a galera até a abertura das caixas. Achei muito importante o Brasil estar inserido num evento cultural de dimensão internacional. Falava pros meninos que eles não poderiam compreender a grandeza daquilo, porque não tinham vivido num tempo em que alguns filmes demoravam três, quatro anos pra serem lançados nos cinemas brasileiros.
A gente não estava inserido nos acontecimentos culturais, e participar do lançamento de um livro, ainda que juvenil, no momento exato em que aconteceu na Inglaterra e nos Estados Unidos, é um avanço que essa nova geração (os fãs do Harry Potter) não pode entender totalmente.

Meu inglês não é excepcional, mas consegui me virar bem. Deu pra curtir todas as emoções. Aliás, uma das melhores qualidades do Relíquias da Morte, pra mim, é ter ação o tempo todo. Quando a gente dá uma paradinha pra respirar, lá vem suspense outra vez. Isso ficou muito bom.

Reconheço que aparecem alguns furos, umas forçações de barra, mas no geral a história toda ficou muito boa.

Gostei especialmente do destino de alguns personagens queridos, como o Neville. Coube a ele a participação que eu de fato esperava. Lamentei as mortes, mas compreendo o objetivo da autora em não poupá-las. Fizeram parte do crescimento do Harry Potter. Aliás, na maior parte do tempo ele é meio mané mesmo, vive dando furo e se deixando levar por vaidade e, pior, auto-piedade, mas no fim se redime. Fica adulto de verdade e compensa algumas burrices de sete anos!

Aproveitando as tardes de aula das meninas, li o Deathly Hallows em três dias, uma maratona. Não queria acessar Internet nem falar com fãs da série, pra não correr o risco de ouvir detalhes da história. Acho que a Rowling escreveu pra quem curte o suspense, a expectativa, e por isso aproveitei totalmente o livro. Adoro essa capacidade que alguns autores têm de sugar a gente. Eu tinha medo, a cada momento achava que ia morrer um monte de personagens. Ficava emocionada com as brigas e reconciliações e, principalmente, as superações. Ficava ansiosa com os momentos tensos. Adoro quando um livro consegue me prender assim e esta deve ser uma das razões pelas quais curto tanto toda a seqüência do Harry Potter.

Alguns adultos que conheço ficam rindo, acham coisa de criança e tal. Não ligo, até porque, com o tempo, as histórias foram ficando tudo menos infantis! E tem um monte de adultos tão admiradores quanto a molecada. O lance tavez seja abrir a cabeça e eliminar os preconceitos.

Tem muita coisa pra falar sobre esses livros. De vez em quando vou voltar ao assunto, mas tinha de começar por algum lugar, então fica aí essa geralzona, pro post não ficar maior do que já 'tá.
Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.