quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Os sete Potters

Há muito venho enrolando pra falar dos Harry Potter. Se eu tivesse iniciado este blog algumas semanas antes, provavelmente teria sido um dos primeiros posts, porque eu ainda estava sob a emoção do recém-lançado Harry Potter and the Deathly Hallows. Mas o pico tinha passado e o assunto não vinha.

Na minha casa, fui a primeira a descobri-lo. Minha sobrinha tinha esse livro bem colorido que pedi emprestado, porque achei convidativo. Passado o primeiro capítulo meio lerdo, logo me amarrei. Na época, estava sendo lançado o terceiro da série. Li os três em seguida e daí comecei a esperar pelos outros. Algumas pessoas que conheci tiveram mais sorte, porque se encantaram depois e leram cinco livros de uma vez.

Claro que, no começo, achava meio chatas algumas coisas. Lentas, meio sem sentido. Mas, com o tempo, à medida que a seqüência ia se formando, superava esses desgostos. Do Cãmara Secreta mesmo só fui gostar depois do Enigma do Príncipe.

O fato é que eu me amarro na história toda. Converso com minhas filhas, sobrinhos, amigos, discutimos detalhes e dúvidas. Antes de sair o último livro, passávamos horas conjeturando finais e soluções possíveis. Meu marido, fã de Guerra nas Estrelas, contou que na época dos filmes rolavam essas mesmas discussões sobre o destino dos personagens. Gostei de participar desse momento de especulações e imaginar que daqui a uns anos vou contar isso pras minhas filhas menores.

Do sexto livro, li uma tradução pirata, baixada da Internet, ruim toda vida, cheia de falhas. Mas não queria que me contassem o que acontecia e não agüentei esperar a edição nacional.

Para o sétimo, decidi treinar a leitura em inglês. Reli os seis primeiros, no original da Bloomsbury (presentes de 15 anos pra minha filha mais velha), pra me sentir segura de encarar um inédito.

No dia do lançamento, fui com a turminha pra Livraria Cultura, onde houve uma gincana sobre a série pra animar a galera até a abertura das caixas. Achei muito importante o Brasil estar inserido num evento cultural de dimensão internacional. Falava pros meninos que eles não poderiam compreender a grandeza daquilo, porque não tinham vivido num tempo em que alguns filmes demoravam três, quatro anos pra serem lançados nos cinemas brasileiros.
A gente não estava inserido nos acontecimentos culturais, e participar do lançamento de um livro, ainda que juvenil, no momento exato em que aconteceu na Inglaterra e nos Estados Unidos, é um avanço que essa nova geração (os fãs do Harry Potter) não pode entender totalmente.

Meu inglês não é excepcional, mas consegui me virar bem. Deu pra curtir todas as emoções. Aliás, uma das melhores qualidades do Relíquias da Morte, pra mim, é ter ação o tempo todo. Quando a gente dá uma paradinha pra respirar, lá vem suspense outra vez. Isso ficou muito bom.

Reconheço que aparecem alguns furos, umas forçações de barra, mas no geral a história toda ficou muito boa.

Gostei especialmente do destino de alguns personagens queridos, como o Neville. Coube a ele a participação que eu de fato esperava. Lamentei as mortes, mas compreendo o objetivo da autora em não poupá-las. Fizeram parte do crescimento do Harry Potter. Aliás, na maior parte do tempo ele é meio mané mesmo, vive dando furo e se deixando levar por vaidade e, pior, auto-piedade, mas no fim se redime. Fica adulto de verdade e compensa algumas burrices de sete anos!

Aproveitando as tardes de aula das meninas, li o Deathly Hallows em três dias, uma maratona. Não queria acessar Internet nem falar com fãs da série, pra não correr o risco de ouvir detalhes da história. Acho que a Rowling escreveu pra quem curte o suspense, a expectativa, e por isso aproveitei totalmente o livro. Adoro essa capacidade que alguns autores têm de sugar a gente. Eu tinha medo, a cada momento achava que ia morrer um monte de personagens. Ficava emocionada com as brigas e reconciliações e, principalmente, as superações. Ficava ansiosa com os momentos tensos. Adoro quando um livro consegue me prender assim e esta deve ser uma das razões pelas quais curto tanto toda a seqüência do Harry Potter.

Alguns adultos que conheço ficam rindo, acham coisa de criança e tal. Não ligo, até porque, com o tempo, as histórias foram ficando tudo menos infantis! E tem um monte de adultos tão admiradores quanto a molecada. O lance tavez seja abrir a cabeça e eliminar os preconceitos.

Tem muita coisa pra falar sobre esses livros. De vez em quando vou voltar ao assunto, mas tinha de começar por algum lugar, então fica aí essa geralzona, pro post não ficar maior do que já 'tá.

2 comentários:

Anônimo disse...

A única coisa que eu vou discordar de vc é sobre o sétimo livro ser cheio de ação o tempo todo. Na minha opinião ele tem umas partes bem paradas, se comparadas ao resto do livro que já começa quente. Uma delas é o período em que eles estão escondidos. Paraaaaado mesmo...

Enfim, estou na área! Quero muito te ver. Te mandei uma msg de texto mas não sei se vc recebeu. De qualquer maneira estou no mesmo celular da outra vez. Estou em Bsb até terça e depois no domingo de novo.

Beijos!

Anônimo disse...

Pois é, da primeira vez que li também fiquei com essa sensação de um trecho longo bem paradão. Até irritou um pouco, já que eles tinham tanto o que fazer. Mas na releitura reparei que essa lentidão acontece na história, no tempo da narrativa, mas pra nós leitores não dura tanto assim. Curiosa essa diferença entre o tempo narrativo e o real.

Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.