quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Oito anos

"Oito horas de vôo num concorde
Cinco dias num barco mar adentro
Sete noites dormindo ao relento
Sete ciganas lendo a minha sorte
Quatro dias, em pé, no trem da morte
Vinte léguas montado num jumento
Sete mil flores no meu pensamento
E eu trilhando os últimos espaços
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento

Valentia de pai ou de irmão
Concorrência com o astro do momento
Temporal, tempestade, chuva e vento
Holocausto, hecatombe e tufão
Desemprego, palestra e sermão
Tititi, coqueluche, casamento
Pé de ponte, mansão, apartamento
Paparazzi, sucessos e fracassos
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento

Ladroíce, mutreta, malandragem
Álcool, droga, barato, passamento
Amnésia, larica, esquecimento
Roubalheira e má politicagem
Cabaré, palacete, sacanagem
Fome, greve, motim, acampamento
Confusão, batalhão, fuzilamento
Reclusão, solidão, sonho aos pedaços
Pra ficar no conforto dos teus braços
Qualquer coisa no mundo eu enfrento"
(João Linhares)

Tropecei muito até encontrar o conforto dos teus braços, mas hoje faz oito anos que me sinto em casa, finalmente. Como sempre acreditei que aconteceria. Como sempre quis e quererei.

2 comentários:

Anônimo disse...

Carcasa Tati! Tá postando com o maior gás, hein????? Tô admirada!!!!
Ó só, vim aqui pra dizer que depois de tanta propaganda sua, acabei lendo o "Ensaio sobre a Cegueira". Não foi por causa do filme, foi de tanto você falar. E adorei! Amei! Muito bom!
Obrigada pela dica...
Agora que já li o livro, vou assitir o filme...

Rafael Lago disse...

Puxa, nem todo o ouro do mundo, branco ou amarelo, pode ser um presente melhor. Te amo!

Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.