sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Feliz Ano Velho", de novo

'Tou relendo o Feliz Ano Velho, do Marcelo Rubens Paiva, depois de - quantos? - uns vinte e poucos anos...
Ela está na lista do PAS - Programa de Avaliação Seriada da UnB, e minha filha teve de ler. Peguei meio despretensiosamente e já 'tou no meio, porque é bem facinho, né?
Gozado, da primeira vez eu tinha aí uns 16, 17 anos e lembro como fiquei encantada com o autor. De início, eu nem o conhecia (alienadinha que era), embora ele apresentasse um programa na TV Cultura, o Fanzine. Aí ficava torcendo por um "final feliz", achava que ele andaria e tal. Nem sabia que ele já era conhecido em sua cadeira de rodas.
Lembro também como fiquei curiosa com a linguagem dele, umas gírias que eu não conhecia, cujo significado nem entendia direito.
Hoje me surpreendi quando notei que ele é só 10 anos mais velho que eu. Tudo bem que isso significa que vai fazer 50, mas e daí? Interessante como, quanto mais adultos ficamos, menos impacto tem a diferença de idade. Naquela época ele parecia um cara anos-luz na nossa frente, totalmente descolado. Mas tinha só 20 anos, um menino!

Acho legal o livro, mas, literariamente, a gente tem de ser sincero: ainda não era lá essas coisas, né? Divertido, fluente, mas não literatura assim de grande qualidade.
Gozado que tenha entrado pra lista do PAS. Que será que os examinadores cobram sobre esse livro?
De qualquer modo, marcou uma época, não dá pra negar. Era quase obrigatório entre os (pelo menos pretensos) intelectuais da minha adolescência.
Qualquer dia desses vou reler também o Blecaute (que adorei) e fuçar os outros livros dele - nem sabia que tinha tantos.
Pra ver o que a Tatiana adulta vai achar do Marcelo Rubens Paiva cinqüentão!

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai, que delícia te ver escrevendo de novo! E eu que já não passava por aqui há um tempo, tive um monte de posts pra ler, maravilha!
Esse livro está na minha escassa lista de livros a reler. Li quando tinha 15 e amei, ainda é um dos meus livros brasileiros prediletos. Dia desses eu faço isso!

Beijos mil!

Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.