sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A roubadora de livros

Acabei de terminar "A menina que roubava livros".
Sem palavras.
Só lágrimas por enquanto.
Muitas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Plantação de Natal - parte 2

Meu "amanhã" demorou uns dias, a postagem não veio logo em seguida, mas ainda dá tempo de mostrar o resto da minha plantação de Natal deste ano.
Começou com a vontade da minha chefe de ocupar um espaço específico lá na parede da nossa sala. Nós mudamos de sede em agosto, e esta é a primeira vez que passamos o Natal lá. Bem, não o Natal, só o fim de ano... Enfim, foi a primeira vez que decoramos aquela sala pras festas desse período. A ideia dela era fazer uma árvore de parede, com feltro ou alguma coisa parecida, e colocar bolinhas com os nomes dos servidores do setor. Ia orçar numa loja de decoração. Pois eu disse que achava que daria pra fazer de crochê.
A inspiração veio daquelas arvorezinhas que o pessoal andou fazendo de crochê, pra pendurar em portas. Mas, claro, eu queria grande, compatível com uma árvore oficial de Natal.

Fucei uns gráficos na net e achei um de toalhinha de mesa, mas com um pinheirinho facilmente adaptável. Não tinha ideia da quantidade de material que precisaria nem do tamanho que conseguiria, mas fiz uns testes com 3 fios de lã e agulha 9 mm, calculei e resolvi aumentar pra 5 fios de lã verde, cada um de um tipo e tom diferente, uma delas mesclada. Ao todo, foram mais ou menos 10 novelos, 2 de cada tipo de lã. A agulha foi de 10 mm.
A árvore ficou com mais ou menos 1 metro de comprimento por 1 de largura na base, porque fui seguindo o gráfico até atingir um total de 11 "gomos" (não sei como chamar casa triângulo desses).

A parte do crochê foi a mais fácil. Apesar de ser meio desconfortável trabalhar com essa agulha e fios tão grossos, teci tudo em 2 dias de folga do trabalho, graças a um feriado emendado.
O problema começou pra colocar a bichinha na parede. Claro que ficou muito pesada, e era preciso uma estrutura que a mantivesse firme, conservasse a forma de pinheiro e não pesasse pra baixo.
Pensamos em madeirite, mas, como eu não sei cortar, queria algo que pudesse fazer sozinha, sem a ajuda do marido, porque era meio de semana e eu só poderia contar com ele daí a 3 dias.
Acabei usando varetas de madeira, que eram palitos de algodão doce. Costurei os benditos de dois em dois, na horizontal, em cada "gomo" do pinheiro, sempre com um espaço vazio no eixo vertical, porque é preciso pensar em como dobrar a árvore pra ela ficar guardada nos outros 11 meses do ano. Entre uma vareta e outra, na vertical, também foi preciso amarrar um fio a cada duas delas, senão a árvore pesaria também para baixo.
Tudo isso foi solução proposta pelo marido, que é sempre quem me salva das ideias malucas que tenho com crochês gigantes.
Eu me senti a própria Niemeyer, com umas ideias bonitonas que requerem uma equipe de engenheiros cabeções pra pôr o troço de pé. Enfim, deu certo. Eu já tava ficando com raiva de ter proposto a bendita árvore, por causa do trabalhão pra fazer a estrutura de trás, mas sabia que, quando (e se) ela ficasse pendurada na parede, ia fazer as pazes.

Ficou MUITO legal. Usamos bolinhas chinesas mesmo, nas quais escrevi os nomes com uma com caneta do tipo marcador permanente dourada. Todo mundo do meu trabalho se amarrou, ficou admirado e tal.
Muita gente disse que encomendaria uma pro ano que vem. Uma amiga pediu pra este ano mesmo. Eu disse que não dava. Primeiro que nunca fiz crochê pra vender. Não é a minha. Não quero que minha diversão vire trabalho. Nem saberia quanto cobrar. Segundo que a parte de trás foi muito trabalhosa, e eu não queria fazer de novo. Além do mais, meu marido e as meninas daqui tinham gostado, e queriam que eu fizesse uma pra nossa casa. Se eu fosse fazer por encomenda, teria de fazer a minha primeiro. Já era dia 7 de dezembro, e eu achava impossível fazer mais duas daquelas.

Mas, no fim, a amiga disse que só queria o crochê, que ela ia se virar pra pendurar a árvore. Meu marido sugeriu peças de madeirite atrás da árvore, que seriam bem mais fáceis de cortar e prender (foram coladas com cola quente), e que ele mesmo providenciaria. E eu acabei produzindo mais essas duas árvores grandes. Tudo no espaço entre uma sexta e uma quarta-feira.
Depois disso, ainda fiz uma média e outra pequena, pra presentear, ambas só com 2 fios de lã e agulha 8 mm. A média ganhou um courino atrás, pra dar firmeza. A pequena nem vai precisar, porque ficou bem leve. Ou seja, plantação beeeem fértil, no final de todas as contas.
Fiquei superfeliz com as ideias e, claro, o resultado.

Não sei se animo a fazer por encomenda, pro ano que vem. Ainda não quero pensar nisso. Porque, sério, teria que custa no mínimo 250 reais, e não sei se as pessoas topariam pagar tudo isso. Enfim, essa é uma coisa pra se pensar no ano que vem, se rolarem mesmo os pedidos.
Por enquanto é só curtição.










Pra completar a decoração daqui de casa, fizemos os embrulhos todos com papel pardo e fita xadrezinha verde. Eu achei demais! Profi mesmo. Fico olhando pro conjunto e babando, toda orgulhosa do trabalho conjunto que tivemos o marido, os filhos e eu.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Amanhã tem mais

Ainda tem mais produção de Natal, mas fica pra amanhã, quando o cenário pra foto estiver mais adequado.
Enquanto isso...
Estou lendo "A menina que roubava livros". Tinha começado há um tempão, mas não gostei do estilo entrecortado da narrativa, achei que não tinha ritmo. Voltei a ele graças a um engano, mas valeu a pena. A Jaque, minha querida amiga que me emprestou "A sombra do vento", achou que esses dois livros eram do mesmo autor. Por coincidência, no mesmo dia do empréstimo, meu marido trouxe "A menina que roubava livros", que um amigo dele tinha devolvido. E eu vi que não eram do mesmo autor. Um é espanhol e o outro é alemão, ou pelo menos descendente de...
Enfim, o engano me despertou de novo o interesse, e agora resolvi atacar o livro de vez.
Que bom!
Tou adorando. Justamente o ritmo quebradiço dá uma graça à narrativa. E, é preciso admitir, a Morte é uma ótima narradora.
Claro que tem a tristeza inerente, mas, oras, é de admirar que eu consiga ler uma história ambientada em plena Alemanha da Segunda Guerra. Uma vez que eu não consigo ver nenhum filme desse tema. Sofro muito.
Sei que a história da roubadora de livros ainda vai doer. Mas agora já estou presa a ela. É uma delícia, e é outro livro sobre amantes de livros. Daí, por certo, o equívoco da Jaque. Absolutamente compreensível.
Bom pra mim.

Plantação de Natal


O Natal tá quase aí, ainda tenho presentes pra comprar (e, claro, embrulhar), tenho que comprar todos os ingredientes da nossa parte na ceia, mas pelo menos já fiz uma coisa bem legal e diferente pra este Natal: muitas árvores em crochê.
Tá, isso não é novidade. Já fiz a minha "oficial", já fiz umas miniárvores pra enfeitar computadores do trabalho, mas neste ano tudo começou com a vontade de dar uma lembrancinha de encerramento pros meus colegas do Grupo de Pais da SEAE, a "minha" casa espírita.
O problema é que tive a ideia num sábado à noite e a última reunião seria no sábado seguinte. Pra que fosse possível pelo menos acreditar que daria tempo, fiz não "mini", mas microárvores, com a metade do tamanho daquelas outras. Estas, porém, fiz com um fundo de crochê mesmo (e não com argola), e recheei com manta acrílica, como algumas que vi no Ravelry.
Ficaram lindas, bem firmezinhas. E meigas, porque pequeninas.
Em uma semana, consegui produzir 25 (a Júlia me ajudou). E fizeram o maior sucesso.
Em média, levo 50 minutos pra fazer uma, então é uma lembrança rápida, original e muito bonitinha, modéstia à parte. Depois das primeiras, já fiz mais 4, pras minhas manicures e pra analista, ainda hoje pela manhã, olha só.


Usei sobras de lãs verdes que tinha aqui em casa, em geral Premium, Brilho e Sedificada. Foi ótimo porque não sobrou quase nada em casa.
O ideal é uma lã não muito fina, adequada pra agulha de crochê de 3,5 mm. Em algumas árvores, misturei um fio de linha Cléa ou Camila, o que deu firmeza e uma nuance muito legal na cor, já que a lã era mais escura. Ficou parecendo folha mesmo.
Também dá pra fazer com linha, mas, neste caso, ficou bom com dois fios de Camila Fashion ou Anne.
Eu só fiz verdes, em vários tons, inclusive mesclados, mas já vi pela net que o pessoal também faz de outras cores. Entãoo que vale é a imaginação e o gosto de cada um.

A receita é bem simples:

ABREVIATURAS:
carr - carreira
corr - corrente
pbxm - ponto baixíssimo
pa - ponto alto

Passar uma estrelinha e 12 bolinhas pelo fio, com agulha de bordar ou usando agulha de crochê de 1 mm.

1a. carr: 4 corr, fecha em anel com pbxm.
2a. carr: 3 corr pra subir (contam como 1 pa), 7 pa dentro do anel, fecha com pbxm no último pa.
3a. carr: 3 corr pra subir, 1 pa no mesmo ponto de base; 2 pa para cada pa da carr anterior (total de 16 pa), fecha com pbxm.
4a. carr: 3 corr pra subir, 1 pa no mesmo ponto de base; 2 pa para cada pa da carr anterior (total de 32 pa), fecha com pbxm.
5a. carr: 3 corr pra subir, 1 pa para cada um dos próximos pa da carr anterior (total de 32 pa).
6a. carr: *7 pa, 1 pa prendendo a bolinha na hora de arrematar*, repete de * a * até o final, fecha com pbxm.
7a. carr: *2 pa, 2 pa fechados juntos*, repete de * a * até o final, fecha com pbxm (total de 24 pa).
8a. carr: 2 pa, 1 pa prendendo a bolinha na hora de arrematar, *5 pa, 1 pa prendendo a bolinha na hora de arrematar*, repete de * a * até o final, fecha com pbxm.
9a. carr: *1 pa, 2 pa fechados juntos*, repete de * a * até o final, fecha com pbxm (total de 18 pa).
10a. carr: *3 pa, 1 pa prendendo a bolinha na hora de arrematar*, repete de * a * até o final, fecha com pbxm.
11a. carr: *2 pa fechados juntos*, repete de * a * até o final, fecha com pbxm (total de 8 pa).
12a. carr: 1 pa para cada pa fechado junto da carr anterior (total de 8 pa), fecha com pbxm.

Encher a árvore com manta acrílica ou outro tipo de recheio semelhante antes da próxima carreira.

13a. carr: *2 pa fechados juntos*, repete de * a * até o final, fecha com pbxm (total de 4 pa).
Ao final da 13a. carr, prender a estrela com pbxm, da mesma forma que foram presas as bolinhas.
Arrematar, esconder o fio dentro da árvore e "moldar" a manta para que preencha a pontinha da árvore, que foi feita depois do "recheio". Ajeitar toda a árvore para que fique cônica.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Futebol

Faz tempo que queria escrever um pouco sobre isso, mas hoje é o dia ideal.
Até porque tava aqui conversando com a minha irmãzinha no gtalk e vi que o que tava explicando a ela era o que eu queria dizer.
O fato é que ela estranhou que eu estivesse muito feliz hoje pelo campeonato conquistado ontem pelo Fluminense: "uai, e desde quando cê gosta tanto assim de futebol?" foram as palavras dela.
Pois é, o fato é que eu gosto pra caramba de futebol há um tempão.
Lembro que depois da Copa de 98 eu disse pra mim mesma que não ia saber de futebol só nas Copas do Mundo, que ia assistir aos jogos, acompanhar as notícias, conhecer jogadores e times, enfim... Não ser uma típica torcedora só da Seleção.
Confesso que não consegui muito cumprir o meu propósito. Até que eu tentei: no ano de 1999 morei em Penápolis, uma cidade do interior de São Paulo logo depois do fim do mundo. Pelo menos do ponto de vista social e cultural. Lá parece que não acontece nada, ninguém avança... um lugar triste com pessoas quase paradas. Foi muito difícil fazer amigos. Tive alguns, companhias legais, mas vínculos profundos mesmo não houve, tanto é que já faz mais de 10 anos que mudei de lá e nunca mais falei com ninguém, a menos que se contem esparsos contatos via orkut, assim mesmo há uns 4 anos.

Enfim... eu morava sozinha com minha filha mais velha, na época a única, ainda pequena, e assistia aos jogos com bastante frequência. Sabia o nome de vários jogadores, desenvolvia simpatia ou antipatia por alguns times, mas nada disso foi pra frente. Nem consolidei esses conhecimentos, nem criei amor por qualquer time. O interesse ainda estava lá, mas eu continuei desinformada de futebol.

Em 2000, porém, já em Brasília, eu comecei a namorar, depois casei, e daí que meu marido é um cara que gosta mesmo de futebol. Não é desses fanáticos, que brigam por causa de time, que deixam de viver por um jogo e tal. Mas gosta de verdade. Tanto é que assiste a jogos de vários times, e não só do "seu". Conhece jogadores, sabe onde eles atuavam, pra que time foram, às vezes com uma riqueza de detalhes que impressiona.
Aí você vai convivendo, ouvindo, conhecendo.
Por solidariedade, eu torcia para o Fluminense se dar bem. Achava legal que ele torcesse pra esse time por causa de seu avô, que tinha nadado no e pelo clube. É daqueles casos de torcedores que têm um vínculo com o clube, um negócio que veio passando pelas gerações. Na família dele, é bacana que os 5 irmãos e (quase) todos os netos são tricolores. A única exceção é justamente meu enteado, que eu costumo dizer que é a ovelha rubro-negra da família. Fazer o quê? Ele puxou o fanatismo do tio, com quem convivia mais tempo quando criança. Particularmente, acho uma pena, mas em defesa dele pelo menos sei que é um flamenguista atípico, porque gosta mesmo de futebol, acompanha até os campeonatos europeus, conhece jogadores do mundo todo, uma doideira.

Comigo, o que houve foi crescer esse gosto pelo esporte. Acho inteligente (ao contrário do que pensa muita gente que não vê futebol), tem toda uma estratégia na montagem do time, na escalação. Tem toda uma arte nas jogadas dos craques. Eu ainda não entendo quase nada. Talvez tenha que nascer homem pra entender como eles entendem. Pra ver e dizer: "Aqui, passa aqui! Pô, o cara tava livre na direita!" Essa visão eu ainda não tenho, e talvez não venha a ter.
Mas pelo menos hoje em dia eu já conheço jogadores, sei quem jogou, em que posição (mais ou menos, claro) estão os times. Acompanho as notícias, vejo os jogos. Cheguei a um grau de entendimento (se não dos esquemas táticos, pelo menos das notícias) perto do que eu queria ter tido lá atrás, depois da Copa de 98.

Apesar disso, até pouco mais de um ano atrás, eu ainda não torcia por nenhum time.
Achava que isso não ia acontecer, porque tem uma irracionalidade ou um sentimento de identificação aí que geralmente surge na infância, por causa do pai na maioria das vezes, mas até de outras pessoas da família. Meu pai é atleticano (de Minas) e até via muito futebol, curtia, mas não sei por que, se ele não tem tanto amor, se naquela época não se importava muito em se fazer das meninas torcedoras, o fato é que não desenvolvemos esse vínculo com o Galo nem com o futebol em si.

Em 2007, eu cheguei até a ver o jogo Fluminense x Brasiliense, pela Copa do Brasil, em Taguatinga. Era um sonho ver um jogo ao vivo, e, apesar de o estádio ser pequeno e não ter a mesma emooção que num grande, gostei demais de ter ido. Mas lembro, por exemplo, que não quis vestir camisa do Flu. Não era torcedora. Eu torcia por ele, mas não era torcedora. Era só solidariedade. Pra ver meu marido e minha filha (que já tinha sido conquistada pelo padrasto) felizes.

Em novembro do ano passado, porém, numa viagem ao Rio, conseguimos assistir a um jogo do Flu no Maracanã. O plano era conhcer o maior estádio do mundo num jogo com pouca gente, sem muvuca, já que o Fluminense estava na lanterna, com mais de 90% de chance de ser rebaixado, segundo os matemáticos. Mas entre o plano e o dia do jogo, o Flu tinha vencido dois times lá da ponta da tabela, os dois mineiros Atlético e Cruzeiro. O clube convocou a torcida pra ir ao Maraca, pôs ingressos à venda pela metade do preço, o estádio encheu.
Eu usei uma camisa do marido. Imensa, mas quente pra burro, com aquele tecido sintético das camisas oficiais. Mas nesse dia não achei graça ir de roupa normal.

Já no metrô comecei a curtir aquele vagão enchendo de camisas tricolores, muitos jovens bem assim da idade da minha filha, uns 17, 18 anos, muitas meninas - uma com esmalte grená do tom exato da camisa tricolor -, todo mundo cantando, uma ecucação, uma tranquilidade, alegria pura.

No estádio, não ficamos nas arquibancadas. Amarelamos, porque queríamos levar a máquina pra tirar fotos. Nas cadeiras era mais vazio, certamente do outro lado tava bem mais emocionante. Mas tinha horas em que eu nem via o jogo, porque ficava ali namorando a torcida, que cantava, entoava os gritos, os hinos, fazia os gestos todos seus.
Me apaixonei. Primeiro pela torcida. Esta que recebeu o time no aeroporto depois de uma derrota por 5 a 1 no Equador. Primeiro quis foi fazer parte desse grupo, porque sempre tinha achado esquisito torcer por um time, considerando o quão volátil ele é, como equipe. Mas não tinha entendido que quem torce torce pelo clube. Pelo que ele representa, pelos que já passaram por ali, pela história que se constrói em torno daquele espaço e daqueles lutadores, daqueles pequenos guerreiros.

Hoje sou torcedora. Com convicção.

É por isso que sofri no último jogo do campeonato de 2009, em que o Fluminense só escapou do rebaixamento no apito final contra o Coritiba. E comemorei como vitória a coroação daquela arrancada - cujo começo eu tinha visto sem entender muito - contra uma condenação que já tinha sido decretada há meses.
E também por isso acompanhei cada vez mais feliz e menos incrédula as vitórias e a pernanência do Flu na ponta da tabela do campeonato deste ano. Sempre com cautela, sabendo que só estaria decidido no fim, que seria muito difícil, que era muito longo. Que os caras se machucam, o time fica com buracos difíceis de tampar. Que tem juízes que erram feio mesmo, que algumas vezes isso ajuda o time, mas que em muitas prejudicou pra burro.
Foi por isso que fiquei feliz como poucas vezes depois do jogo de ontem, ao ver aqueles mesmos meninos que choravam pela salvação do ano passado chorarem agora de felicidade extasiada, porque desta vez foi vitória mesmo, foi grito de campeão. Com um gostinho a mais pela trajetória que começou em outubro de 2009.

E é por isso que vesti uma das minhas 4 camisas do Fluminense toda vez que o time perdeu, assim como vesti hoje. Porque não quero torcer por um time só quando ele vence. Porque não quero ser parte de uma torcida só porque ela é a maior do estado, do país ou do mundo. Na minha vida toda, eu quase nunca (ou talvez nunca mesmo) gostei do que todo mundo gostava. A unanimidade nao me interessa. A quantidade de torcedores não faz mesmo diferença. O que importa é a qualidade com que eles torcem.

Hoje, embora recente, eu posso dizer que sou mesmo tricolor de coração!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Leiturinhas

Consegui terminar "1984" e "O Africano". Quase dois partos, pra ser bem honesta. Depois falo deles mais em detalhe.
A motivação pra lê-los foi diferente, claro. O primeiro, porque achei meio absurdo nunca ter lido esses clássicos de ficção - "1984" e "Admirável Mundo Novo" - que são comentadíssimos e volta e meia servem de referência pra muita gente. Ainda vou terminar a tarefa, já comprei o Admirável Mundo Novo (pelo Estante Virtual, aliás - ótima descoberta), mas ainda tem outros na fila.

"O Africano" ganhei de presente no meu aniversário, imagina, em janeiro! Num pacote com outro livro de Le Clézio, de quem, confesso, nunca tinha ouvido falar. Meu cunhado escolheu porque o autor havia recebido o Nobel de Literatura. Eu, na minha ignorância, só pude agradecer pela ajuda pra diminuí-la um pouquinho, fazer o quê?
Gostei de ter conhecido e de agora saber um pouco de quem se trata. Não gostei tanto do livro. Mas isso fica pra uma outra vez.


Em compensação, comecei a ler "A Sombra do Vento", de Carlos Ruiz Zafón, de quem eu também nunca tinha ouvido falar. Mas uma amiga querida também amante da literatura me disse que tinha curtido e me emprestou. Ela mesma comprou numa livraria de aeroporto, porque tinha gostado do título.
Pois tou amando. Ainda estou mais pro começo - no primeiro terço do livro, mais ou menos - e sei que é arriscado elogiar um livro antes de terminá-lo, mas desde a trilogia Millennium que eu não pegava uma história que me desse vontade de ler a qualquer hora do dia, em qualquer lugar, e não apenas nos "horários e lugares já destinados habitualmente à leitura", se é que posso chamar assim.
Este, porém, é mais poético do que os Millennium. Não é só a história e o mistério que prendem, mas os personagens, que são muito ricos e interessantes, e a linguagem, que é mais lírica, pode-se dizer. Afinal, trata-se de uma história sobre um livro fantástico (o que é quase um trocadilho), com personagens envolvidíssimos com livros em geral (colecionaddores, donos de sebos e de livrarias, amantes, enfim...).
Só por isso já me valeria, não?
Mas vamos ver no que dá.
Depois dou meu veredicto final. (Existe veredicto não final? De qualquer modo, deu pra entender o que eu quis dizer, não?)
P.S.: segundo o dicionário on line de português, dizer veredicto final é possível, sim. Ok, então, já que estou com preguiça de abrir o dicionário "de verdade" que tá ali na estante.

domingo, 17 de outubro de 2010

Percy Jackson em filme?

O nome é o mesmo. Do filme e do personagem. Alguns personagens são os mesmos, pelo menos em nome e filiação. Mas, à parte a eterna discussão sobre livros adaptados pro cinema, esse filme Percy Jackson e o ladrão de raios não tem praticamente nada a ver com o livro. Que que foi isso?
Ok, cada vez mais eu tento aceitar que literatura e cinema são bem diferentes mesmo e que não se deve esperar adaptação literal. Que, aliás, também é frustrante, nas poucas vezes em que acontece.
Mas o que impressiona nesse Percy Jackson não é só terem mudado os fatos. Quase todos eles.
Impressiona é terem imbecilizado tanto a história.
Eu não manjo muito de mitologia grega. Sei só o que todo mundo sabe, e malemal. Quando li "O ladrão de raios", curti tanto que até comprei a coleção Mitologia Grega, de Junito de Souza Brandão, por indicação de dois amigos meus cultíssimos, desses da geração dos anos 80 que conseguem saber muito sobre muitas coisas, bem diferente de mim, que sei pouco de algumas poucas coisas. Quis aprender mais sobre um troço que toda hora você vê como referência em todo lugar, ainda que de passagem.
Mas sei o suficiente pra ficar indignada com a superficialidade desse filme Percy Jackson. Fizeram uma história rasa, romantizada onde deu, com vilões bobos que agem por motivos mais bobos ainda. Por exemplo, por que Hades ia aparecer em pleno acampamento de meios-sangues pra pedir pro Percy Jackson levar-lhe o raio roubado de Zeus? Quem devia exigir isso era o próprio Zeus, não? Se Hades queria o raio, seria o mesmo que roubá-lo, então por que abriria o jogo com uma galera de semideuses?
O livro já é pra um público juvenil. A história não é assim tão complexa, mas tem algumas intrigas com um mínimo de coerência. Que foi que pensaram? Que os consumidores de cinema não tinham capacidade de entender nem isso? Então pra que falar de mitologia?

Pra começar tem o ator, com cara de Troy Bolton e Justin Bieber, ou seja, cara de menina. Eu disse, não manjo muito, mas não era de se esperar que o filho de um deus grego fosse pelo menos um pouco mais másculo?
Depois vem o amigo sátiro, que ficou igual a todos os amigos negros de heróis de filmes americanos, com um linguajar de malandragem típico de todos os personagens do Eddie Murphy ou do Chris Rock. Que preguiça!
Não tiveram coragem de mostrar a indiferença dos deuses com os mortais, mesmo os seus filhos. Poseidon só não ficou com o filho por determinação de Zeus, senão ia virar mortal e viver sua vidinha simples de emprego e contas pra pagar, tudo por amor a Percy e sua mãe. Ah, tem dó!
Sério, que que foi isso?
O livro é bem bacana, linguagem divertida, leitura rápida, presente maneiríssimo pra filhos, sobrinhos e amigos adolescentes, ou pré.
Mas o filme não vale as duas horas na frente da tevê.
É ridículo!

domingo, 10 de outubro de 2010

Frente da minha casa no dia 5 de outubro, quando eu ainda tinha esperança de que a limpeza pública chegaria à minha rua.





Passei os últimos 40, 50 minutos, não sei bem, recolhendo lixo de frente da minha casa. Santinhos, panfletos, cartazes de políticos os mais diversos. Também havia copos descartáveis, papéis de bala, guimbas de cigarro, palitos de picolé... Mas o lixo da propaganda política era mais volumoso, e tornou-se interessante porque definiu uma referência no tempo. Hoje é dia 10 de outubro. Isso quer dizer que faz pelo menos uma semana que minha rua não recebe o serviço público de limpeza. Faz uma semana que minha garagem tem de ser varrida várias vezes durante o dia pra tirarmos o lixo de propaganda política que se acumula trazido pelo vento.
Cinquenta minutos, 1 hora ou 1 hora e meia, que fosse, não foi tanto tempo assim. O sol tá de lascar, o calor absurdo, fiquei cansada e tive umas tonturas de tanto abaixar pra recolher o lixo e levantar pra jogar no cesto, mas afinal não é nada tão trabalhoso assim. Eu fiz sozinha. Se tivesse tido ajuda de mais umas duas pessoas, já teria sido bem mais rápido e fácil.
Ou seja, se tivesse havido um mutirão desde domingo passado pra retirar da rua o lixo (físico, real e não apenas metafórico) oriundo dos políticos do Distrito Federal, bem mais cedo a gente veria a nossa cidade limpa.
Eu tive essa vontade: de organizar um mutirão pra limparmos as ruas. Mas não tive tempo. Só hoje tive tempo de parar pra varrer a frente da minha casa.
Mas o que eu queria era que pelo menos algum dos candidatos a cargos políticos no DF tivesse tido essa ideia. E tivesse convencido os outros a fazer o mutirão de limpeza. Afinal, se eles conseguem arregimentar aquele exército de pessoas que emporcalham a cidade daquela maneira em umas poucas horas, por que não conseguiriam a quantidade suficiente de pessoas pra limpá-la?
Se algum candidato tivesse tido essa ideia - e a colocasse em prática, claro - e, mais, tivesse ido às ruas participar da limpeza, eu respeitaria esse cara. Talvez até fizesse campanha pra ele. Sem receber por isso, claro.
Mas hoje, enquanto varria a frente da minha casa, olhava pro rosto sorridente de cada um daqueles candidatos em seus santinhos e sentia não raiva, mas uma tristeza profunda e um profundo desânimo.
Vi vários deles: Agnelo Queiroz, Magela, Georgios, Alírio Neto, Prof. Israel, Rejane Pitanga, Celina Leão, Apolinário Rebelo, Joãosinho Trinta, Rôney Nêmer, Eliana Pedrosa, Adelmir Santana, Cristiano Araújo, Raimundo Ribeiro, Erika Kokay, Maninha, Toninho do PSOL, Valdelino Barcellos, Girotto, Roberto Lucena, Messias, Augusto Carvalho, Izalci, José Serra, Ezequiel, Joaquim Roriz (embora santinhos com seu rosto tivessemsido proibidos pela Justiça Eleitoral)... Citei assim de cabeça os nomes que vi enquanto jogava o lixo no cesto.
De todos os candidatos em que eu votei, apenas uma foi eleita, pra deputada federal. E até ela aparecia nos santinhos que emporcalharam a minha rua por uma semana.

Esse desânimo todo me fez entender a tese de voto nulo do meu marido.
Se qualquer um desses candidatos tivesse uma preocupação real com Brasília e sua população, teria promovido um mutirão de limpeza por simples dever de consciência. Para não submeter a população do DF, seja eleitora sua ou não, à sujeira de uma semana, ainda mais com seu nome estampado. Isso seria simples e não requereria recursos públicos ou aprovação da maioria. Exigiria apenas vontade.

Mas também penso muito nos outros tipos de lixo jogados na rua. Diariamente minha garagem e meu jardim são invadidos por papel de bala, copo, embalagem de todo tipo, lixo jogado na rua com a maior naturalidade.
De uma população que não faz o mínimo, que é jogar lixo no lixo, não se pode mesmo esperar que vote conscientemente, com foco no coletivo e não no interesse pessoal.
E de governos que se sucedem mandatos após mandatos sem sequer pensar em implantar um programa de educação cidadã, leis que punam, instalação de mais coletores de lixo, enfim, toda uma política que faça o brasileiro parar de achar que jogar lixo é normal não se pode esperar que promovam mudanças profundas no país.

Gozado que a gente tem copiado tanta coisa dos Estados Unidos, mas não copia uma coisa boa, que é não jogar lixo na rua, não é? Copia a crença de que ter acesso a crédito pra consumir desenfreadamente é riqueza, de que mais vale ser competitivo pra ter carro novo e apartamentos chiques eternamente financiados do que ser solidário e distribuir um pouco do que se tem, mesmo que seja conhecimento e não coisas, mas não aprende a jogar lixo no lixo.

Se o segundo turno fosse hoje, eu certamente votaria nulo pra governador e pra presidente, tamanha a tristeza e tamanho o desânimo que sinto de ter visto minha rua física e não apenas moralmente emporcalhada pela política do DF, pela ausência de serviço público de limpeza que funcione e pela falta de educação do nosso povo que ainda acha que a rua não é dele e por isso pode ser lata de lixo de todos.

Eu votaria nulo não necessariamente por protesto, mas por pura descrença.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O House voltou...

e eu não vi.
Sei que estreou ontem (anteontem, pela data oficial desta postagem, mas ontem pra mim, que ainda estou de pé. O meu dia só começa depois que eu acordo. De manhã.), o pessoal daqui baixou e tudo, mas eu capotei lá pelas 9 da noite e não consegui ver nada de nada. Nem sei se eles viram, porque acordei à 1 e meia e todos já tavam na caminha. (E agora estou aqui insone, maravilha, não?)

Não sei o que tá acontecendo que de vez em quando me bate esse sono incontrolável e fora de hora. Ou é à tarde ou, quando à noite, cedo demais pro meu horário habitual de dormir.
É o tipo de sono que eu tinha quando ficava grávida, mas, por certo, não é essa a razão. Que eu não tenho mais idade (até tenho, mas releva) nem pique pra isso. Já contribuí bastante pra fila da reencarnação andar, imagino.
Devem ser os hormônios. Tem séculos que não checo a minha tireoide (esse acento que tinha aqui caiu mesmo, né?), e provavalmente tem alguma coisa errada.
Tenho é que tomar vergonha na cara e fazer o exame de sangue, que tou com o pedido na bolsa há meses. Sério, meses!
Mas o problema também é encontrar um endocrinologista que preste. E que atenda por convênio. Tá difícil, muito difícil. Será que ainda é a moda que surgiu há alguns anos de procurarem endocrinologista pra emagrecer? E nós que precisamos deles pra cuidar da saúde, como ficamos?
Tou quase voltando à minha antiga médica, que é a melhor que já conheci até hoje, mas que não atende mais por convênio há muito tempo.
Ê classe média que não toma jeito, né? O serviço público de saúde fica ruim, a gente se obriga a pagar convênio. O convênio fica ruim, a gente se obriga a pagar consulta particular. Mas não deixa de engordar os cofres das operadoras de convênio. Somos uma beleza mesmo pra enriquecer os empresários sabidos de nossa tendência a pagar por tudo e batalhar por (quase?) nada.

De qualquer modo, amanhã à noite (ou hoje, oficialmente) vou tentar ver se o House voltou bom. E se aguenta mesmo mais uma temporada.

Piquenique tricotal

Neste próximo sábado vai rolar o I PickKnit no Brasil, em várias cidades, a partir das 9 da manhã.
É um piquenique com tricô, olha que ideia maneiríssima. Além de divertido, serve pra quebrar os tabus que ainda persistem sobre tricô e outros artesanatos.

Aqui tem os locais em cada cidade onde vai acontecer o encontro e também o que é preciso pra participar.

Eu tou DOIDA pra ir, claro. Apesar de não saber de ninguém que vá, eu até chegaria na cara de pau e puxaria conversa com as tricoteiras.
Mas neste sábado tem a festa de anversário de que falei outro dia, e ainda tenho trabalho à tarde na SEAE, então é só a manhã que sobra pra fazer o necessário pra casa, pra turma e, neste caso, pra festa, caso minha irmã precise de ajuda.

Que pena!

Tomara que eu consiga arranjar nem que seja uma horinha pra passar por lá e sentir o clima.

domingo, 19 de setembro de 2010

Rapidinho

Semana que vai vamos ter uma festa maneiríssima com tema de cinema e estamos todos envolvidos na produção das fantasias. Afinal, somos 5 pra inventar moda.
Tudo bem pra quem curte alugar fantasia pronta, mas aqui em casa o maior gosto é produzir, procurar um tema, sair atrás de material, gastar tutano pra fazer o mais parecido possível, curtir o resultado passo a passo.
ADORAMOS!
Daqui vão sair uma Astrid, um Exteminador do Futuro, uma Clementine, uma Pedrita e uma Sibila Trelawney. A mais difícil é a Astrid, mas todos requerem um certo trampo, então por hoje é só uma passadinha. Depois registro as fotos do pessoal já produzido. E, quem sabe, até um making off.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Café com banana

Uns tempos atrás, o pessoal do meu trabalho descobriu o Café Cornhills, onde faziam quiz em inglês às quintas à noite. Como a galera é podre de nerd, era um programa divertido.
Disseram que ia fechar, o que é uma pena, porque o lugar era legal, com comida boa a preço bem justo, mas de fato nem sempre tinha movimento. Não dá pra entender o gosto do público de Brasília, sério.
O site deles está ali, firme e forte. Eu não sei se vai fechar mesmo, se já fechou... Quando passar por lá, confirmo.
O fato é que lá faziam (fazem?) um nevado de banana com café e toffee que eu, de início, estranhei: banana com café??!! Mas a minha amiguinha viciada em banana experimentou e adorou. Eu confiei e, realmente, era bom. Causava um pouco de estranheza, mas era bom. O lance é que os nevados do Cornhills, pro meu gosto, eram um pouco aguados, menos cremosos do que eu gostaria.
Pois outro dia minha irmã viu na tv a Nigella fazendo uma vitamina de banana com café. Oras, por que não pensamos nisso antes? Dá pra fazer em casa!
O problema é que é tão fácil e tão bom, dá uma energia tão útil no dia a dia, que é viciante! Eu passei a comprar mais bananas só pra fazer a vitamina.

A Nessa fez a dela com o café pronto e castanha do pará.
Eu fiz com Nescafé mesmo.
Testei várias quantidades e "receitas", já usei granola, aveia, castanha de caju, até que hoje cheguei a uma versão que me parece A versão. Só que não é tão saudável, com castanhas ou grãos integrais e coisa e tal. Vai com biscoito de leite mesmo...
Ficou assim:

VITAMINA DE BANANA COM CAFÉ da Tati
Bater no liquidificador
1 copo mal cheio de água gelada
2 colheres (sopa) bem cheias de leite Ninho
1 colher (chá) de Nescafé
1 banana e meia
5 biscoitos de leite (o meu era Mabel, que eu acho o melhor)

Rendeu um copo cheio de vitamina, ótimo prum café da manhã rápido ou lanche no meio da tarde.

P.S.: Acabei de ver uma receita da Nigella em que ela congela as bananas quando estão pra passar do ponto. É uma ideia legal, claro, mas também gosto de pensar nas frutas frescas especialmente compradas para esse fim - a vitamina.

P.S. 2: Fiz a minha, me inspirei pra publicar a "receita", mas bebi logo e não tirei foto. Fico devendo. Mas a vitamina ficou bem escurinha, linda, hehe.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aposentadoria

Às vezes dá uma vontade de aposentar este blog. Assim, como quem oficializa o abandono.
Mas de vez em quando vem um filme que me impele mais a escrever, e ele vai sobrevivendo.

Não que eu não veja outros de que eu gostaria de falar, mas parece que nem sempre a vontade é forte o bastante. Aí o tempo passa, as impressões vão se esvaindo, o bonde se perde e fica por isso mesmo.


Talvez um dia eu use este espaço pra arquivar minhas receitas de crochê e tricô simples, aquelas que eu invento pra quem não sabe ainda ou só não tá a fim de fazer uns trabalhos mais sofisticados.


Hoje, pelo menos, a aposentadoria ainda não veio.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nosso Lar

Hoje assiste ao "Nosso Lar" com as minhas meninas média e grande. A mais velha dormiu e não aproveitou o filme, mas a ex-Miúda ficou atentíssima, perguntando o signifcado de tudo.
Eu gostei muito do filme, e fiquei feliz por isso. Já tinha lido o livro duas vezes. Geralmente, é o primeiro livro que alguém lê quando começa a se interessar pela Doutrina Espírita.
É um livro muito significativo, cheio de informações, uma obra muito importante para a Doutrina e para os espíritas, principalmente os brasileiros.
Então eu tinha medo de eles terem feito um filme piegas, exagerado na atuação e nas lições de caráter moral. Tinha receio de que ficasse rede globo demais, daniel filho demais (apesar de ele não estar envolvido na produção).
Inda mais quando vi que tinha o Werner Schünemann no elenco. Na boa, eu não costumo gostar da atuação dele.
Mas não ficou nada disso, ainda bem.
Ficou bonito, bem dirigido, produção de primeira, trilha muito maneira e bem de acordo com a história.
E valorizou o aspecto moral, comportamental da obra, que é o que mais interessa, afinal.
Ou será que eu tive essa impressão (de que esse foi o aspecto mais marcante) porque pra mim todos os detalhes da vida em Nosso Lar já são naturais?
Pode ser.
Porque, de fato, quando eu li o livro pela primeira vez, há uns 15, 16 anos, o que mais me impressionou foram os detalhes descritivos da cidade, os prédios, os equipamentos, os veículos, as casas, a estrutura admnistrativa. Confesso que achei difícil de imaginar tudo isso num plano diferente do nosso.
Mas da segunda vez que li, há uns 2 anos, quando eu já era espírita mesmo, estudava e frequentava a SEAE há um bocado de tempo, o que mais me chamou atenção foi o principal ensinamento de André Luiz: o trabalho é essencial ao ser humano. Há muito serviço esperando por servidores, não desperdicemos nosso tempo ociosos.
E foi isso o que vi no filme. Claro, tem as lutas interiores de alguns espíritos para acreditar na continuação da vida após a morte física, mas pra mim isso fica em segundo plano.
Como será que ficou pros que não creem na sobrevivência do espírito?
E será que esses vão ver o filme, afinal? Ou vai haver muito preconceito?
Tomara que não.
Quem não vir, vai perder um filme muito bonito e muito bem feito. Cinema bom, na minha opinião.
E aprendizado melhor ainda.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Balanço de férias


Meu descanso do trabalho terminou na última sexta-feira.
Meio por falta de escolha, eu fiquei 30 dias de férias. Com a filha mais velha em aula, o marido trabalhando e a filha do meio com recesso bem curto, sem contar o calendário diferente dos enteados, cujas férias de meio de ano vão do fim de junho ao começo de julho, não deu pra encaixar uma viagem nessa minha longa folga.
No começo fiquei meio deprê, com aquela sensação ruim de preguiça ocasionada pela pura falta de compromisso.

Investi pesado nos meus crochês e tricôs, pra, pelo menos, não ficar à toa a maior parte do tempo.
Embora não tão intensamente, tricotar e crochetar são coisas que já faço muito em tempos normais. Quem convive comigo sabe que quaisquer 15 minutos são suficientes pra eu pegar agulhas e linhas e continuar algum trabalho. Difícil me ver com as mãos paradas.
Por isso quis fazer coisas diferentes, reunir amigas que não via há tempos, por exemplo, mas isso não deu certo. Algumas pessoas não se comunicam por email com tanta eficiência, e eu já não uso os telefones com essa mesma agilidade, então os encontros não aconteceram.
Mas, no fim das contas, quando fiz um balanço geral, até que o mês de julho, se eu contar o fim de semana passado, foi bem produtivo.

O crochê e o tricô renderam tudo isso:
- 3 pares de luvas sem dedos, de crochê, pra filhas e sobrinha;
- 1 blusa de tricô, pra mim;
- 2 gorros de crochê pra alguém que precisava muito.
- 1/3 da blusa de frio da minha irmã (que estou pra fazer desde agosto do ano passado!);
- 3 cachecóis de tricô, todos de presente;
- o começo de um casaquinho de tricô pra um neném que está pra nascer.

Além disso, terminei de ler dois livros, "A viagem do elefante" e "Cabeza de Vaca", e este já vinha rendendo desde o comecinho do ano, e comecei outro - "O ladrão de raios".

Fui ao cinema duas vezes com a turma ou parte dela, pra ver Toy Story 3 e Eclipse (!)

Além disso, fiz pão de queijo (de batata) 3 vezes pro meu pessoal, aprendi uma torta de cebola deliciosa, fiz minha versão de bolinhos de negresco, joguei imagem&ação e quest com a galera da minha filha mais velha...

Ou seja, apesar do meu receio de ficar muito morgada em 30 dias sem trabalho, até que consegui tornar esses dias bem úteis e divertidos.
E o que é melhor: com e para os meus.


Os outros trabalhos já foram pros seus respectivos donos. Preciso me habituar a fotografar as coisas assim que termino de fazer!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bandeira do Brasil em crochê



Bandeira do Brasil feita em crochê.




Detalhe da bandeira, com o efeito proporcionado pelo tecido desfiado.


A Copa já acabou, o Brasil foi eliminado há eras, a Espanha foi campeã (merecidamente, pelo menos graças aos dois últimos jogos), mas não é por isso que a gente precisa tirar da decoração todas as bandeiras do Brasil que pendurou pra ajudar na torcida.
Esta, então, eu não pretendo despendurar tão cedo!

Eu não concordo com o repetidíssimo clichê de que só somos patriotas em época de Copa do Mundo.
Gostar de futebol, torcer pela seleção (mesmo sem concordar muito com ela), enfeitar a casa de verde e amarelo durante a Copa não implica ser alienado, ignorante ou cabeça-oca. Não significa não dar a menor bola pra política ou economia, não saber o que acontece no país ou no mundo.
Tampouco quer dizer que não se deseja um país melhor, um mundo melhor ou a própria humanidade melhor.
Alguém pode, sim, gostar muito de futebol e ser extremamente ligado nos acontecimentos, a sua volta, ter postura crítica, ser politizado. Aliás, um dos homens mais inteligentes e bem informados que eu conheço, que (talvez não por acaso) é o meu marido :) , adora futebol. E, inclusive, é muito bem-informado também sobre esse assunto.

Digressão à parte, no clima de Copa, e bem antes de o Brasil ser eliminado pela Holanda, eu também quis uma bandeira pra pôr na janela. Mas, claro, não queria uma bandeira como as outras, que eu poderia comprar em qualquer loja por aí. Quis uma diferente e resolvi fazer de crochê.
Eu já tinha há algum tempo agulhas de crochê bem grossas, de 8, 9 e 10 mm, mas nunca tinha usado. Não sabia exatamente com que tipo de fio usá-las, e passei um tempo matutando sobre isso. Minha ideia foi cortar tecidos velhos (lençóis, cangas furados, por exemplo), transformá-los em fio e tecer com eles.
Como não tinha em casa tanto tecido assim, ainda mais com as cores da bandeira do Brasil, a opção foi comprar. Nesse ponto, eu arrisquei. Pedi o tecido liso mais barato que tinha na loja, e era o oxford. O que eu não sabia era que ele desfiava tanto. Até que o efeito visual ficou bom, eu gostei. Mas o problema é que, por causa desses desfiados, o tecido vai esgarçando com o manuseio e, se for preciso desmanchar o crochê (o que obviamente aconteceu comigo), ele vai arrebentando.
Se eu fosse fazer outra vez, compraria um tecido que não desfia, como malha.

Para o gráfico, mais uma vez, tive a ajuda do meu querido marido, que é sempre quem cuida dessa etapa.

Para a minha bandeira, que ficou com 91 x 57 cm, comprei:
4 metros de oxford verde (quase não deu);
1 metro de oxford amarelo (sobrou);
1 metro de oxford azul (sobrou);
20 cm de oxford branco (sobrou),
todos com 1,5 de largura.

Cortei o tecido em "tiras" de mais ou menos 1,5 cm de espessura. Fui cortando em espiral, pra ter um fio contínuo, contornando a borda do tecido. Assim:



A técnica que usei para tecer a bandeira e formar o desenho foi a do "jacquard", que eu sabia que existia pra tricô e, por intuição, imaginei que seria possível fazer em crochê. Comecei com a intuição mesmo, mas, pra tirar umas dúvidas que surgiram, contei com a sempre útil dupla Google/YouTube.
Aqui vai um vídeo que mostra como fazer, em espanhol:



Eu não sei bem se esse tipo de desenho se enquadra no jacquard, porque sempre vejo gráfico com motivos repetidos, que formam um padrão. Mas, mesmo que o nome esteja errado, a técnica se aplica: o desenho ficou como eu queria.

O gráfico para a bandeira está aqui:

Eu queria a minha grande, mas dá pra fazer com qualquer fio, e ela vai ficar proprocionalmente menor, claro.
O truque pro jacquard é sempre trocar os fios de posição no lado avesso.
No caso do crochê, o arremate de um ponto tem de ser feito com a cor do ponto seguinte, como mostra o vídeo.
Requereu uma certa coordenação motora lidar com todos aqueles novelos de fios, principalmente na hora de tecer as estrelas, mas não foi nada impossível.
No caso da minha bandeira, como eu não queria que os fios trançados ficassem à mostra, mesmo no avesso, costurei um forro atrás para escondê-los. E pra não estragar quando a bandeira for lavada.
Afinal, eu pretendo que as minhas meninas (ou as filhas delas) disputem entre si o direito de usar esta bandeira como decoração na Copa do Mundo de 2050. Minha intenção era que elas lembrassem que eu a havia feito no ano em que o Brasil foi hexacampeão, mas os meninos do Dunga não me ajudaram nesta parte.
Eu, pelo menos, fiz a minha. Fiquei bem satisfeita com o resultado.
Quem sabe eles não fazem melhor em 2014?

sábado, 10 de julho de 2010

Eu fiz "o melhor bolo de maçã do mundo"

Eu fiz "o melhor bolo de maçã do mundo", segundo a Paula do The Cookie Shop.
Cheguei a essa receita por uns caminhos tortuosos, que começaram no twitter e me levaram ao Prato Fundo, onde havia uma tentadora receita do "melhor bolo de banana do mundo".
Me deu uma vontade louca, mas, como eu não tinha aqui em casa os ingredientes mínimos necessários - as bananas supermaduras -, fiz o de maçã da Paula, que inspirou o Vitor Hugo a nomear seu post.

Eu andava meio com preguiça de receitas mais trabalhosas, dessas que pedem pra peneirar e reservar ingredientes, coisa e tal, mas, como a Paula dizia que era o melhor do mundo na sua modesta opinião, que, pra mim, contou muito, uma vez que ela faz diversas receitas e escreve habitualmetne sobre elas, eu resolvi seguir as orientações à risca.
Ainda assim, tive que fazer umas pequenas mudanças: minha batedeira é muito fraquinha e, quando ela começou a cheirar a motor queimado, antes mesmo de terminar toda a farinha da receita, eu acrescentei o suco de uma laranja, e também as raspas da casca, inspirada na receita do Vitor Hugo de bolo de banana.
Além disso, como não tinha nozes nem pecãs, pus 1 xícara de granola no lugar, só pra ficar um pouco crocante.
Claro que não é a mesma coisa. Imagino que com as nozes fique mais fantástico. Mais ainda.
Porque, vou falar, essa foi de longe a melhor receita de bolo de maçã que eu já fiz na vida. Eu já fiz algumas, não sou tão inexperiente assim.
Achei curioso, porque a massa ficou bem consistente, parecia uma massa de biscoito dessas que a gente tem que pegar às colheradas, porque ela não derramava facilmente na forma.
Mas, certamente por causa da água das frutas, depois de assado o bolo ficou muito macio e úmido, e não pesadão e massudo como eu pensei que ficaria.
Delicioso!
Ah, outra coisa que fiz foi pôr mais peras que maçã, porque tinha umas 3 aqui que já estavam meio pra perder, com a casca feia que desinteressava o povo daqui. Essa é uma dica da Paula, que já usou pera quando não tinha maçã. Não senti a menor diferença no sabor, parecia que era só maçã mesmo. Deu totalmente certo.

O de banana está me aguardando. Daqui a uns 2 ou 3 dias, quando as bananas da fruteira estiverem no ponto, eu vou testá-lo e, se continuar nesse pique de escrever neste pobre blog semiabandonado, conto como ficou.
Mas, pra esse, eu vou comprar as nozes, porque a coberturinha crocante que o Vitor Hugo põe em cima parece daquelas que não dá pra dispensar!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Toy Story 3

'Tava ali lendo a Dani falar do Toy Story 3 e fiz um comentário tão grande que parece até um post. (Foi mal, Dani!)
Então, resolvi assumir como tal, e aqui está.
Numa segunda-feira dessas, logo depois da estreia, eu levei o pessoal daqui de casa pra ver o Toy Story 3.
Aqui somos todos muito fãs dos dois primeiros filmes. Tem quem pense que o primeiro é muito melhor e tal, e eu até acho que seja realmente melhor, mas não que isso torne o 2 ruim. Aqui temos o DVD deste segundo filme, e as meninas veem seguidamente, daquele jeito que a gente decora as falas, sabe como é.

Levei a turma quase toda: as minhas três meninas, meu enteado e o namorado da minha filha mais velha (acredita que EU sou tão velha??).
O gozado foi que eu e as meninas (menos a menor, que só tem dois anos e, claro, ainda é muito pequenina pra entender isso) choramos muito, mas os meninos ficaram rindo da nossa cara: "Não acredito que vocês estão chorando!"
Eu lamento um pouco a falta de sensibilidade deles, porque, cara, é muito comovente o Andy mostrando pra Bonnie como são os brinquedos e como ela deveria cuidar deles, né? Não dá pra ficar imune!
A Miúda, chorando, disse assim: "Ai, mamãe, não sei como eles conseguiram fazer um filme tão fofo desses!"

Confesso que, antes de ir, eu fiquei meio desconfiada. Claro que, vindo da Pixar, dificilmente seria ruim, mas pô, um terceiro filme, depois de tanto tempo... Será?
Mas eles conseguiram inventar uma nova aventura pros brinquedos que encaixou bem. Em qualquer outro tipo de filme, seria até meio clichê, mas ali ficou bem legal.
Tem os exageros próprios, mas não prejudicam o filme em nada.

E, sério, depois que vi Toy Story nunca mais consegui guardar brinquedos ou tirá-los da cama das meninas sem imaginar que eles vão se mexer depois.
E, a partir de agora, nunca mais vou conseguir separar brinquedos velhos pra doação sem ficar com um pouco de pena deles.

Aliás, nessa mesma linha, tem duas músicas do Palavra Cantada que são muito legais e me fazem o mesmo efeito: "Antigamente" e "Tente entender", do CD Canções Curiosas. Dá a maior pena ver as bonecas meio largadas por aí, empoeirando.
Eu tentei linkar o áudio, mas não sei se isso é possível. De qualquer modo, as músicas estão disponíveis na página do CD, no site da dupla.

O Palavra Cantada, aliás, vale um post exclusivo. É maravilhoso, e qualquer dia desses paro só pra falar deles.

Um post por semana?

Puxa, se eu conseguisse, pelo menos, estabelecer (e cumprir, claro) essa meta de escrever uma vezinha por semana, já era bom, não?
Mas, cara, as semanas passam tão rápido, que 'tá difícil acompanhar o tempo e encaixar nele todas as coisas que quero fazer.
E olha que eu estou de férias!
Meu projeto neste período de folga, já que não vou viajar, é terminar todos os crochês e tricôs que tenho nas agulhas.
Pra começar as outras mil coisas que quero fazer sem a consciência tão pesada.
Mas também 'tou lendo um pouco, que fazia tempo que eu não pegava firme num livro por diversão.
Estou quase acabando "A viagem do elefante", que, curiosamente, retomei uns dias antes da morte do Saramago. Coisa estranha, né? Quando acabar, falo sobre ele.
Ainda me dói um pouco ler um Saramago e saber que não virão outros.
Mas é a vida. Ainda tenho muitos pra ler, e sempre é possível reler os anteriores, que a cada vez se tornam novos.
Também estou trabalhando (por enquanto mais mental que fisicamente) num post sobre a bandeira do Brasil que fiz de crochê.
Mesmo que o Brasil não esteja mais na Copa, eu ainda estou apaixonada pela minha bandeira, e nem pretendo tirá-la da parede. Vai ficar ali como decoração permanente.
Enfim, ainda não desiti deste blog, embora, cada vez que vejo o SuperZiper ou a Casa da Daniela, me dê um desânimo quase invencível: quando é que eu conseguiria fazer um blog tão lindo assim?
Por enquanto, escrevo só pra mim mesma, fazer o quê?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

87 é pouco

Hoje em dia, com tantos que estão nos 100, 102 anos, acho que morrer aos 87 é cedo.
Mais ainda pra alguém tão querido e talentoso.
Queríamos muito mais de Saramago.
Queríamos outros tantos trabalhos arrebatadores
Mas o bom é que os escritores se eternizam.
Além disso, morrer "acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila"*, é uma bênção. Um dos meus sonhos.
E, como diz o (sr.) Cardoso, da SEAE, pra morrer, tem que merecer.
Deus abençoe o mais querido dos ateus.

*como informa a Fundação Saramago.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Abandonado

Ia chamar essa postagem de "Blog abandonado", mas lembrei que no título das postagens não se pode mais usar a palavra blog ou seus derivados.
Spam em comentários.
Não sei por que me espanto que a falta de educação humana chegue também ao mundo virtual. Onde puder se manifestar, ela se manifestará, obviamente.
Mas não quero parecer, de novo, tão desanimada com a raça humana.
Até apaguei meu post anterior, que escrevi num momento de intenso mau humor por conta de um motorista tinhoso, que, mesmo errado, não saiu do lugar e me fez manobrar pra deixá-lo passar.
Ainda acho que ele estava errado, mas não queria mais deixar registrado aqui meu rancor com a teimosia dele.
Isso não é alimentar o erro? Enfim, meu lado cristão me beliscava a consciência cada vez que eu mandava um email e pensava que, se alguém resolvesse clicar lá no link com o endereço deste blog, a primeira coisa que ia ler era a minha profunda irritação com aquele senhorzinho. Era o último post que eu tinha escrito, e, como eu acho que hoje não sou mais assim, não queria que as pessoas ficassem com essa impressão de mim. Eu tenho feito, sério, um esforço pra ser menos irritada e menos mal-humorada com os erros alheios. Como espero que as pessoas sejam com os meus.
Enfim, foi por isso, também, que mudei o título de uma postagem antiga sobre indicação de blogs. Ela se chamava "Por e para blogueiros", mas decerto os programinhas de spam acham a palavra blog em qualquer título de postagem, mesmo que camuflada, e começam a mandar zilhões de comentários desagradáveis. No começo eram mais esporádicos, mas agora chegam a vir mais de uma vez por dia. Dá uma preguiça!
Tinha até propaganda de site pornô, é mole?
Enfim, agora tenho que prestar atenção aos títulos, o que não é tão difícil assim, considerando a fraquência com que apareço por aqui.
Pobre blog abandonado. Não é que não apareçam assuntos, eu até que queria mostrar minha tatuagem, meus crochês e tricôs, falar dos livros, falar da vida, mas o problema é a vida mesmo, que me consome o tempo todo (ainda bem!), e não acho a combinação exata de tempo e pique para vir aqui contá-la.
Pra quem, afinal?

A respeito dessa dúvida - blogar ou não blogar -, a Dani se manifestou com bem mais propriedade, creio. Porque ela ainda se mostra no twitter, que eu também já abandonei...
Vai ver esse apego ao virtual é meio personalidade, mesmo. A se pensar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

"Millennium"

Acabei de ler Os homens que não amavam as mulheres.
Quando estive em São Paulo, em janeiro, minha amiga Rita falou dessa trilogia Millennium. A gente conversava sobre coleções e histórias longas, que viciavam e alimentavam esse vício por muito tempo, como O Senhor dos Anéis e Harry Potter.
Disse que todo mundo tava comentando desses livros, que eram fantásticos e tal. Mas, curiosamente, eu nunca tinha ouvido falar.
Comentei, depois, com Rafael, e ele só fez alguma associação quando lembrou que o autor era um sueco que tinha morrido jovem, logo após escrever os livros. Eu, do meu lado, nem disso tinha referência.
Uns tempos depois ela me escreveu pra contar que tinha começado a ler os livros e estava amando.
Tinha lido cada um em menos de uma semana e já estava terminando o terceiro.
Claro que não resisti e, num dia em que precisei ir à Cultura, comprei logo a caixa com a trilogia completa.
Minha intenção era arranjar uma distração pra Júlia, que andava reclamando muito de tédio. Como se tratava de livros comentados no mundo todo, uma nova febre, e histórias cheias de ação e suspense, achei que ela se interessaria. O fato é que recomendação de mãe tem um certo bloqueio, por mais que pareça legal. Tudo bem, faz parte. Eu já 'tou tentando me acostumar.
No fim das contas, como o livro acabou largadinho por aí, não resisti.
'Tava doida por uma história que me tomasse de novo, e que fosse bem longa pra demorar muito a acabar.
Serviu tanto ao propósito de envolver, que já acabei. Ou seja, não serviu pro outro. Não lembro bem o dia em que comecei a ler, mas acho que foi na quinta ou na sexta-feira passada. Quer dizer, durou uns poucos 4 ou 5 dias.
Não vai ser uma mania pra me acompanhar pelos próximos anos, como aconteceu com o Harry Potter, mas tem o fato de os três livros já estarem publicados, então não dá muito pra comparar.
Pra compensar, é uma história adulta, e eu já andava há muito tempo às voltas com aventuras adolescentes.
Gostei dessa parte.
O mérito não é propriamente a linguagem. Assim: tem caras que a gente lê não pela história, mas pelo jeito como escreve. O Saramago, por exemplo. García Márquez.
Claro que os enredos deles também podem ser incríveis, mas, mesmo que a gente não fique tão satisfeita no final, continua gostando de ter lido, por causa do estilo.
Aqui, é a história mesmo que conquista. Mas é claro que, se o cara não tem talento, não consegue contar bem uma história, por mais intrigante que ela seja. Então ele tem essa capacidade de envolver a gente como se estivéssemos acompanhando os personagens, sabe como é? É um dos meus tipos preferidos de leitura.
Adorei.
Fazia tempo que não achava um livro assim, com uma história empolgante que eu não me arrependia de ler, por ficar o tempo todo lamentando a limitação literária do autor.
Pena é que Stieg Larsson tenha morrido.
Esquisito isso, né?
Bem curioso e até significativo.

Enfim, eu recomendo. Pra quem procura diversão e gosta de livros que são longos e, pelo menos em tese, feitos pra saborear por longo tempo, vale a pena demais.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Work hard




Como as meninas do Superziper, eu também quero um desses, pra pôr bem em frente à minha cama e olhar todo dia, quando acordar.
E toda vez que passar por ali.
Quem sabe tatuar na mão e ler o tempo todo, pra não esquecer.
Preciso muito desse recado.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vilarejo

No começo eu gostava bastante da Marisa Monte, mas já faz algum tempo que me desencantei dela e não compro mais seus discos, desde aquela música bem brega com o Arnaldo Antunes, acho, uma que falava do amor sei lá o quê.

Essa Vilarejo, no entanto, é daquelas que um compositor faz num momento de raríssima inspiração.
Ela, por si, já é comovente. Mas acompanhada do vídeo, é de chorar mesmo.
Quem teve a ideia de juntar som e imagens estava num outro momento ainda mais inspirado.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Fila longa

Até que essa fila anda, mas beeem devagar.
Ou, pelo menos, mais lentamente do que cresce lá atrás.
Os livros que quero ler não param de chegar: ganhei quatro de aniversário, comprei mais um, peguei outros dois emprestados, uma grande amiga acaba de recomendar mais uma trilogia. E ainda tem os saramagos que ainda não li, desde o ano passado. Tudo isso é só a diversão. O pior é que tenho que ler mais outros tantos pra escrever a monografia, e é aí que o bicho pega. Quem disse que quero abandonar os divertidos pra atacar de vez os obrigatórios? Tenho que ter muita força de vontade, sério.

Olha aí a lista:
Cabeza de Vaca;
O africano;
Refrão da fome;
De Cuba com carinho;
Peter Pan;
Mau começo;
A viagem do elefante;
O ano da morte de Ricardo Reis;
As pequenas memórias; todos que já estão aqui em casa.

Dos que 'tou doida pra comprar, tem
a trilogia Millenium;
Tudo se ilumina.

Mas os obrigatórios, pra trabalhar na monografia, são:
Vendo vozes;
A criança surda;
A surdez;
Língua de sinais, a imagem do pensamento;
Por uma gramática de línguas de sinais;
Língua de sinais brasileira;
O tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa;
Libras e Língua Portuguesa (semelhanças e diferenças), 2 volumes.

Pareceria menos ruim se eu fosse uns 15 ou 10 anos mais jovem e não tivesse três filhas, marido e uma casa que precisam de cuidado e atenção, né? Além de um trabalho, que, pelo menos, só toma meio período do meu dia.

Eu sabia que essa tal de pós-graduação ia dar um pouquinho de trabalho, mas como é que cheguei a essa encruzilhada e nem me dei conta é que espanta.
A doença da procrastinação não tem cura, isso é que é.
Bom pra eu refletir bem se vou mesmo prosseguir com a ideia maluca de prestar mestrado na UnB, humpf!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Inverno

Tem algumas músicas que emocionam de um jeito diferente de outras.
Quando vinha pro trabalho hoje ouvi Inverno, da Adriana Calcanhoto.
Eu adoro.
Adoro.
Comprei o disco, na época, por causa dela.
E até hoje toda vez que eu escuto fico emocionada.
Não é tristeza, não é vontade de chorar, nada disso. Nem sei explicar direito o que é.
É como uma impressão de ter vivido aquilo.
Tem uma mistura entre a letra e a melodia, ou o arranjo mesmo, que traz essa sensação indefinida. Uma lembrança de alguma coisa que não vem ao consciente, fica ali, só rondando.
Adoro.
Dá vontade de repetir um monte de vezes sem conta e ficar cantando junto bem alto.
Quando chegar em casa, vou passar logo pro meu telefone. Não sei é por que não fiz isso ainda!
E vou ver se animo a caminhar, e ouvir Inverno até cansar, pra matar a vontade.

Livros lidos em 2009

Vou deixar aqui a lista que fiz no ano passado dos livros que li.
É uma forma de deixar anotado num lugar que não posso perder, porque cadernos e folhas lá em casa vivem mudando de lugar, e eu ainda nâo consegui discipliná-los. Estão listados de trás pra diante, ou seja, do último pro primeiro do ano.

"The New York Trilogy", Paul Auster
"Os humores da língua", Sírio Possenti :(
"Harry Potter e a Pedra Filosofal", J. K. Rowling.
"Extremamente alto, incrivelmente perto", Jonathan Safran Foer
"Harry Potter and the Deathly Hallows", J. K. Rowling
"Amanhecer", Stephenie Meyer
"Benjamim", Chico Buarque
"Budapeste", Chico Buarque
"Quando Nietzsche chorou", Irvin D. Yalom
"A Casa dos Espíritos", Isabel Allende
"Tantas Palavras", Chico Buarque - só a reportagem biográfica de Humberto Werneck
"A Misteriosa Chama da Rainha Loana", Umberto Eco
"Memorial do Convento", José Saramago
"Eclipse", Stephenie Meyer
"Lua Nova", Stephenie Meyer
"História do Cerco de Lisboa", José Saramago
"Crepúsculo", Stephenie Meyer
"As Intermitências da Morte", José Saramago

Nossa, eu só li Saramago no começo do ano. Acho que fiquei tão impressionada com os que li, que precisei de um ano todo pra me refazer. Agora tá na hora de reencontrá-lo!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

20 de janeiro de 2010

Dia de voltar pra casa.
Enlouquecida de saudade do marido e de casa. Muita mesmo.
A viagem valeu muito.
Vou ver se falo dela aos poucos, de vez em quando. Se conseguir.
Mas tinha de registrar este dia. Sei que nesta noite durmo pouco, mas não me importo. Vai ser bom acordar cedo e arrumar tudo com calma.
Viajar é muito bom, mas voltar pra casa é melhor ainda.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Leitura de férias

Acabei de ler o primeiro "Septimus Heap", o "Magya". Ganhei de aniversário, por indicação da Júlia, que sabia que eu queria muito.
No começo fiquei bem empolgada, li quase metade logo no primeiro dia. Embora muita gente compare com Harry Potter, o que parece inevitável, é um universo mágico bem diferente. A ambientação é medieval e as maneiras de praticar e treinar magia são totalmente diferentes. Ainda bem!
Em compensação, o livro é bem mais infantil. Se bem que A Pedra Filosofal também era mais inocente do que foi As Relíquias da Morte.
Enfim, a autora - Angie Sage - não tem o mesmo talento literário que a Rowling, não surpreende tanto nem administra tão bem os conflitos e as revelacões, mas é uma história interessante que dá pra acompanhar por mais seis livros.
Eu tava mesmo querendo uma nova série de livros pra viciar.
Já comecei a ler o segundo, inclusive. Vi que em português já saíram os três primeiros. Se eu acabar antes de vir o quarto, vou ver se leio em inglês. A autora já lançou até o quinto. Tem diversão por um bom tempo ainda.

Bom, depois eu vou fazer ao lado a lista dos livros lidos em 2010.
Não faço agora porque tou escrevendo esta postagem do celular e me dá preguiça mexer com layout por aqui. O lance é que estamos de férias em Itanhaém, eu e as meninas. O hotel é ótimo e tem rede sem fio, mas trouxemos só o computador das meninas, e o monopólio é forte.
Meu próximo presente tecnológico, caso eu continue mesmo com essa novidade de viajar muito, pode ser um netbook. :)
Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.