Estou lendo A Casa dos Espíritos, da Isabel Allende. Já tinha visto o filme pelo menos duas vezes e gostado, mas todo mundo dizia, claro, que o livro era melhor.
Nunca duvidei disso e, de fato, 'tou gostando de ler a história. Mas tem um problema que é quase de abandonar: esta edição que tenho aqui (Editora Bertrand Brasil S/A, 11ª edição, 1989) tem MUITOS erros de revisão e de gramática, principalmente de concordância verbal e nominal, mas também erros de pontuação, alguns que parecem de tradução, inconsistência na forma de escrever os nomes dos personagens...
Um horror!
Espero fortemente que seja apenas esta edição e, se um dia tiver outra em mãos, com certeza vou dar uma conferida. Mas não vejo nenhuma justificativa pra uma edição sair desse jeito da editora. É absurdo! Desrespeito total pelo leitor, pela autora, pelo idioma! Não dá pra aceitar.
Eu só não abandonei o livro porque a história é mesmo interessante, mas irrita.
Pra falar a verdade, já não achei a autora assim tão sensacional. Conheço pessoas que são muito fãs dela (todas mulheres, pensando bem, não sei se tem alguma significância isso), mas eu mesma nunca tinha lido. Incomodou-me um pouco a semelhança com as obras do García Márquez, sem, no entanto, seu brilhantismo.
Os dois narradores são uma ideia legal, mas as idas e vindas no tempo, com antecipação de fatos importantes, não têm a mesma naturalidade do próprio García Márquez ou do Saramago.
Mesmo assim, vale pela história, pelos personagens tão ricos.
Essa esculhambação com a forma, porém, é inaceitável. Não sei como é que pôde sair um livro assim, como nem uma única alma se importou que fosse tão, mas tão mal cuidado.
Não é nem o caso de dizer que foi mal revisado. O que parece é que não houve revisão alguma! Admira até que um escritor ou, pra resguardar a Isabel Allende, um tradutor seja tão despreparado pra usar sua língua, ainda mais se é seu instrumento de trabalho!
Imperdoável!
2 comentários:
Uau! Isso aconteceu também comigo, ao reler Os Catadores de Conchas. Uma tradução aparentemente ruim, mas também muitos erros de digitação e revisão. E, não creio que seja coincidência, também foi editado pela Bertrand Brasil. Fala sério!
Mas é a coisa mais comum esses erros de revisão ou falta dela nos livros dos grandes escritores e das grandes editoras! Isto não em primeira edições, mas em segunda, terceira etc. Paulo Coelho é um exemplo. Os livros do Paulo Coelho são crimes à nossa língua! O Paulo Coelho é um analfabeto, se lermos os livros dele. É uma coisa assustadora saber que um Paulo Coelho, por exemplo, é tido como gênio e best-seller. Mas tens toda a razão neste teu texto. Em textos de internet a gente até entende os possíveis erros, mas em grandes editoras e em livros de grandes autores, isto é o fim, é um desserviço a cultura deste país.
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