quinta-feira, 26 de novembro de 2009

No olho?

A coisa mais impressionante me aconteceu nesta semana.

Já há algum tempo, acho mesmo que antes de eu viajar, andava com um incômodo no olho direito. Lacrimejando, remelando e parecia sempre que tinha um cisco lá dentro. Pingava o lubrificante ocular, mas não passava.

Na semana passada piorou, e aceitei o fato de que teria de ver a minha médica pra saber o que era, porque, com certeza, tinha alguma coisa ali no meu olho.

Pois bem, horário livre na minha médica, só na semana que vem. O incômodo estava grande mesmo e, ainda que eu não goste do lugar, acabei no HOB (Hospital Oftalmológico de Brasília). Lá eles tratam a gente como se fosse produto de mercado, parece um carrefour da vida, e os pacientes são os produtos. Mas como tem emergência oftalmológica, era a opção mais viável.

De fato, em uns 20 minutos eu fui atendida. E passei 2 minutos, no máximo, no consultório.
Expliquei pra médica o que estava sentindo, ela veio me examinar e disse:
- Ah, você já fez cirurgia, né?
- Aham.
- Pois é, é o ponto que tá saindo.
- Quê?!! Ponto, como assim ponto? No meu olho?
- É, quando o corte é muito profundo eles dão ponto. O pior é que não sei se a pinça que tenho aqui dá pra tirar. Péra aí. Olha pra direita.

Pingou um colírio no meu olho, eu já surtando, com medo de ficar tonta e desmair. Imagine virem com uma pinça pra tirar um ponto do meu olho! E seu eu desmaiasse ali na cadeira, que confusão que ia ser!
Pois ela veio com a pinça e arrancou o ponto.
E eu:
- Mas eu já fiz essa cirurgia há mais de dois anos. Foi aqui mesmo neste hospital.
- Refração, né?
- Não, catarata. Nem sabia que tinham dado ponto!
- É, tem dois, mas o outro tá certinho no tecido, esse é que tava saindo. Consegui tirar. É só você levar esses papeis ali na recepção e pedir pro convênio autorizar o procedimento.

Ainda isso: não bastasse ninguém, em nenhum momento, ter me dito que tinham dado ponto no meu olho, não bastasse o bendito começar a sair e me incomodar pra caramba, não bastasse o susto, ainda tive que passar mais uns 20 minutos esperando a mulherzinha da recepção conseguir autorização do convênio por uma coisa que a médica levou 30 segundos pra fazer. E eu já tinha assinado uma guia de consulta. Se o que ela fez no consultório não era consulta, por que a primeira guia, então?

Na boa, eles lá resolveram esse meu problema, porque depois que o efeito do colírio anestésico passou, eu realmente não senti mais aquele troço chato dentro do meu olhozinho.
Mas reafirmo que aquele HOB mais parece um supermercado do que um hospital. Como é que pode operar o olho de alguém e nem dizer que tem ponto ali? Que lugarzinho desprezível, tá doido!

Um comentário:

Anônimo disse...

=D
Ainda fico imaginando a cena...

Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.