quarta-feira, 20 de maio de 2009

"A Casa dos Espíritos"

Terminei A Casa dos Espíritos.
Gostei muito do fechamento. Compensou qualquer pequena insatisfação durante o percurso.
Adorei a percepção da Alba sobre o ciclo das vidas, sobre não ser possível compreender todos os fatos com base numa única existência, pois alguns têm início nas gerações anteriores e vão se concluir nas futuras.
Adorei ela compreender que deve quebrar o ciclo de ódio e rancor, para que talvez seu neto não sinta desesperada necessidade de violar uma neta do coronel Garcia.
Que final incrível, que bela maneira de fechar essa história, sem fechá-la nunca.
Por isso, creio, é um livro tão querido.
Também entra para a minha lista de livros queridos, só pelo modo como termina.
Adorei a neta amar seu avô a despeito de todas as discordâncias e de todas as arbitrariedades que ele cometeu em toda a sua vida. A despeito de, friamente, ele ser o tipo de homem a quem ela desprezaria, ponto final.
Adorei que um livro nos mostre, mais uma vez, que se pode gostar de alguém e até amá-lo - talvez principalmente amá-lo - mesmo que não se concorde com ele em nada.
Adoro quando uma leitura me faz refletir tanto sobre mim mesma.
Terminá-lo com o show do Caetano Veloso ainda na mente foi muito significativo.
Será que nosso inconsciente busca esses conteúdos com intenção???
'Tou adorando essas perguntas todas!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Caetano Veloso em Brasília

Sábado passado a Nessa e eu fomos ver o Caetano Veloso no Centro de Convenções de Brasília.
Esse show deu muito o que pensar.
Não pelo show em si, mas ele neste meu momento.
Caetano foi meu ídolo de adolescência.
Minhas irmãs, minha amiga Marilene e eu, e, mais posteriormente, também a Rita, víamos tudo o que saía sobre ele, assistíamos a todos os shows (quando tínhamos grana, claro), de preferência na primeira fila, na mesa central, tínhamos e sabíamos todos os discos de cor.
Vimos o filme dele, Cinema Falado, na pré-estreia, em que o próprio Caetano estava presente. Nessa ocasião, conseguimos o feito de dar-lhe um beijo na bochecha e fazer uma foto ao seu lado.
Enfim, éramos fãs mesmo, de carteirinha.
Tietagens à parte, eu realmente gostava de suas músicas. Nem de todas, claro, porque dificilmente um artista agrada por completo, mas gostava muito de muitas, e algumas considerava obras-primas.
Considero, aliás, ainda hoje.
Mas de uns anos pra cá fui me distanciando dele. No tempo em que ficou amargo demais por causa, acho, do fim de seu segundo casamento, eu comecei a não curtir muito os discos.
Acabou que não conheço a maior parte de sua obra recente - de uns 10 anos pra cá, talvez.
Apesar disso, quando ouvi Sem Cais no rádio do carro, me deu aquela vontade bem forte de rever o Caetano. Senti nascer um carinho novo por meu ídolo de tantos anos.
Por isso convenci minha "rimã gênia", sem a qual não ia ter a mesma graça esse reencontro.
Quer saber? Amei ter ido. Não conhecia um bocado de músicas, porque não conhecia o disco novo, mas gostei muito de algumas delas, não gostei de outras, e amei as que eu já conhecia: só pérolas: Maria Bethania, Trem das Cores, Incompatibilidade de Gênios, Eu sou Neguinha?, Irene.

Mas o melhor foi reencontrar mesmo o Caetano: deu vontade de comprar esses discos que deixei pra trás. Fiquei com pena de não ter acompanhado o Obra em Progresso, simplesmente por não saber dele. Imagina essa possibilidade naqueles outros tempos! Por que será que me distanciei assim?
Tenho me feito muitas perguntas aparentemente bobas como essa, e esse show trouxe várias.
Questionamentos sobre a passagem do tempo, sobre o correr da minha vida e das minhas idades, sobre o correr da vida dos outros.
Mesmo que eu ainda não esteja velha, sei que envelheço a cada dia. Agora percebo isso com cada vez mais nitidez, porque é um processo da natureza: "o tempo não para e, no entanto, ele nunca envelhece." Nós é que envelhecemos, mas nosso espírito envelhece? Ou apenas engrandece?
Ai, que maluquices me trouxeram um show de música popular e um livro latino-americano!
Porque concluir A Casa dos Espíritos também trouxe muitas reflexões.
Talvez eu é que esteja aberta a elas, e tudo o que passa por mim as suscita.
Também é algo em que pensar.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Livro mal revisado não dá!

Estou lendo A Casa dos Espíritos, da Isabel Allende. Já tinha visto o filme pelo menos duas vezes e gostado, mas todo mundo dizia, claro, que o livro era melhor.
Nunca duvidei disso e, de fato, 'tou gostando de ler a história. Mas tem um problema que é quase de abandonar: esta edição que tenho aqui (Editora Bertrand Brasil S/A, 11ª edição, 1989) tem MUITOS erros de revisão e de gramática, principalmente de concordância verbal e nominal, mas também erros de pontuação, alguns que parecem de tradução, inconsistência na forma de escrever os nomes dos personagens...
Um horror!
Espero fortemente que seja apenas esta edição e, se um dia tiver outra em mãos, com certeza vou dar uma conferida. Mas não vejo nenhuma justificativa pra uma edição sair desse jeito da editora. É absurdo! Desrespeito total pelo leitor, pela autora, pelo idioma! Não dá pra aceitar.
Eu só não abandonei o livro porque a história é mesmo interessante, mas irrita.

Pra falar a verdade, já não achei a autora assim tão sensacional. Conheço pessoas que são muito fãs dela (todas mulheres, pensando bem, não sei se tem alguma significância isso), mas eu mesma nunca tinha lido. Incomodou-me um pouco a semelhança com as obras do García Márquez, sem, no entanto, seu brilhantismo.
Os dois narradores são uma ideia legal, mas as idas e vindas no tempo, com antecipação de fatos importantes, não têm a mesma naturalidade do próprio García Márquez ou do Saramago.
Mesmo assim, vale pela história, pelos personagens tão ricos.

Essa esculhambação com a forma, porém, é inaceitável. Não sei como é que pôde sair um livro assim, como nem uma única alma se importou que fosse tão, mas tão mal cuidado.
Não é nem o caso de dizer que foi mal revisado. O que parece é que não houve revisão alguma! Admira até que um escritor ou, pra resguardar a Isabel Allende, um tradutor seja tão despreparado pra usar sua língua, ainda mais se é seu instrumento de trabalho!
Imperdoável!

"Os dois lados" de House

Eu gostei do final da quinta temporada do House.
Se você ainda não viu e é como eu, que não gosta de saber das coisas antes de ver, não leia, porque vou falar sem censura.

Mas 'tava mesmo estranho aquele clima de resolução de problemas, né, não podia ser tudo tão bonito e tal.
Claro, já 'tá meio manjado, desde aquele último episódio da segunda temporada (segunda mesmo?), em que o House é baleado, esse lance de imaginação, alucinação e afins pra desfazer os supostos fatos bombásticos. Mas tudo bem, ficou coerente, foi bem feito e, além de tudo, divertido.

Eu adoooro o House, não tem jeito. Ele é um porre, grosso, mas nada me tira da cabeça que no fundo é do bem, lá do jeito dele, claro, mas é do bem.
E, além de tudo o mais, eu adoro pessoas inteligentes. Por que não adoraria, então, personagens inteligentes?

O duro agora vai ser esperar todo o intervalo entre temporadas.
Esta foi a primeira vez, acho, que lá em casa seguimos uma série assim. Tem o lado ruim da expectativa, mas ela mesma também é legal, por outro: dá aquele gostinho a mais ao episódio, afinal.
Agora que descobri os bastidores - especulações de fãs, fofocas sobre a série, torcidas diversas pelos diferentes romances ou saída de personagens - vai ser divertido passear por esse outro lado, enquanto não chega a sexta temporada, se eu tiver paciência suficiente pra isso.

Também vou aproveitar pra rever a quinta com calma. Foi muito tumultuada, cheia de acontecimentos significativos, vale a pena lembrar as histórias.
Mesmo os casos clínicos foram bem interessantes, cheios das maluquices mais diferentes.
Ao final, desfez-se a impressão que tive nos primeiros episódios, que eram macabros demais pro meu gosto. E não tinham o Wilson, né, impossível curtir sem ele!

Tudo isso me lembrou a espera pelos livros do Harry Potter, algo de que os fãs sentem tanta falta. Era muito bom imaginar como a autora ia solucionar aqueles problemas todos, especular sobre o passado e o futuro dos personagens, quem ela ia matar, quem ia ser herói. E, no fim, ficar surpresa porque a maioria das nossas suposições não passaram nem perto de acontecer.
Eu não tinha me dado conta de que essa curtição era parecida com a das séries. Por isso é uma fórmula que deu tão certo.
Ruim vai ser quando anunciarem que vai ser a última, mas uma hora vai acontecer, é inevitável. Paciência...

Às férias, então.
Que venha a sexta temporada.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

“Regular radical, me radical or me out of my mind radical?”

E o House, heim?
Ai, ai, já tá acabando a quinta temporada! Ao que tudo indica, hoje vai ao ar o último episódio, lá nos States. Será que conseguimos baixar pra ver ainda hoje? Tomara!
Com certeza achamos o arquivo, mas não deve dar tempo pra fazerem a legenda. E House não conseguimos acompanhar sem, com todos aqueles termos médicos e aquelas discussões tão rápidas!
Na pior das hipóteses, vemos amanhã.

Esta quinta temporada foi demais, cheia de reviravoltas. O bom é que com o tempo eles tiveram que se entranhar mais na vida dos personagens constantes, e fizeram isso muito bem. 'Tá cada dia mais interessante.
Certo que neste ano eles foram deixando alguns assuntos de lado, como a doença da 13 e a filha da Cuddy, que só mencionaram de novo no episódio 23. A neném tudo bem que ficasse meio de lado, uma vez que a rotina de mãe tenha se harmonizado com a de diretora do hospital. Mas a doença, que já vinha dando as caras, com essa eles podiam ter sido mais cuidadosos, né? De qualquer modo não prejudica a série não, que fica cada dia melhor.

Estamos acompanhando pela internet os episódios enquanto saem por lá, porque a curiosidade não deixa esperar que a Universal passe aqui, com 3 episódios de defasagem.
Vou dar uma fuçada pela net pra saber das fofocas: o porquê de algumas perdas e tal. Ficou muito estranho, cheirando a briga, sei lá. Mas pode ser só viagem minha.
O fato é que a gente nunca tinha acompanhado uma temporada assim, episódio a episódio. De nenhuma série, pra falar a verdade. Sempre víamos temporadas inteiras de uma vez. E agora 'tamos aqui nessa ansiedade. Certo que roubamos um pouquinho, com essa história de baixar os que saem lá, mas também ia ser demais ficar esperando tanto, né?
Santa evolução tecnológica!
Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.