quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Domingo passado fizemos uma reunião muito especial na minha casa.

Nesse dia, minha caçulinha completou seis meses (passou MUITO rápido!)

Eu sou espírita, meu marido não tem religião e os padrinhos dela estão procurando conhecer o Espiritismo. Então não tinha sentido, pra nós, fazer um batizado tradicional.

Mesmo assim, eu queria celebrar a união dela com os padrinhos, e a reunião teve exatamente esse propósito. Como minha casa é pequena e a família, grande, chamamos apenas todos dela que moram aqui e mais dois casais de amigos, que, pelo meu sentimento, representaram todos os outros.

Sentamos em roda, eu falei por mim e pelo pai, os padrinhos falaram cada um suas mensagens.

Foi muito bonito.

Eu escolhi um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo que se chama "O Homem de Bem".

Gosto dessa leitura porque ela enumera muitas qualidades do homem de bem e, à medida que leio, imagino: "isto aqui eu já consigo fazer de vez em quando; ih, isso aqui eu não tou nem perto de conseguir". São muitas coisas bem difíceis, e no final ele ainda diz que ali não estão listadas TODAS as qualidades do homem de bem! Mas, de qualquer forma, a própria mensagem frisa que o importante é o esforço pra ser melhor a cada dia.

Eu gostei dessa leitura praquela reunião porque penso que, independente da crença de cada um, todos queremos que nossos filhos ou nossas crianças sejam pessoas de bem.

Esse é, com certeza, meu maior desejo pros meus meninos - minhas filhas e meus enteados.

E disse pros padrinhos que o que esperamos deles é que nos ajudem nessa tarefa, de orientar nossa pequeneninha no caminho do bem.

Depois de mim, a Madrinha disse umas coisas muito lindas para a bebê. A mais legal, acho, foi que ela deseja que "toda a lindeza que a gente vê nela se estenda até o fundinho de sua alma". E também que eles querem mostrar pra ela que viver vale muito a pena. Adorei!

O Padrinho também disse que eles estavam muito felizes por terem sido escohidos, e que estavam à disposição dela e de nós dois pra o que precisássemos.

Enfim, foi tudo muito comovente, muitos ficaram com os olhos marejados, e eu fiquei muito feliz, porque era exatamente isso que eu tinha desejado pra essa reunião.

Depois, claro, fomos cuidar do corpo, como diz sempre uma professora minha da casa espírita que freqüento: comemos um lanche bem gostoso, almoçamos e conversamos bastante.

Mas aquele clima bonito de bênção e alegria ficou pairando no ar o dia todo.

Tenho certeza de que minha pequenina se sentiu muito abençoada, não só por nós seus pais e pelos padrinhos, mas por todos que se reuniram ali em razão dela.

Eu particularmente estendo essas bênçãos e essa celebração às nossas outras crianças e seus padrinhos, e a todos os outros da família e aos amigos mais próximos, porque é na convivência cotidiana que trabalhamos pra trilharmos esse difícil mas inevitável caminho do bem.

Sou muito feliz pela família que estou construindo, pelas famílias em que estou inserida e pela fé que mudou completamente minha vida.

Viver vale a pena mesmo!



Abaixo, copio "O Homem de Bem", pra quem se animar.



O homem de bem
3. O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a demência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.)
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O retorno, será?

Puxa, até minha irmã reativou o Atalanta, ela escreve tão bem. E me deu uma vontade de escrever também, e eu há séculos sem postar nada.
Será que consigo retomar?
Não é falta de vontade, mas um pouco de assunto.
Se eu penso no propósito inicial deste blog, que era falar das coisas que eu lesse, visse, ouvisse, nem teria mesmo muito assunto.
Mas talvez eu possa retomar e falar um pouco de outras prosas, coisinhas assim do dia-a-dia.
'Inda mais que eu 'tou no auge da experiência materna, com minha terceira filha ainda bebê. Essas três meninas dão tanto pano pra manga da reflexão, de repente eu poderia falar dessas idéias todas que tenho sobre ter filhos, criá-los e tal.
Não queria mais um blog exclusivamente sobre maternidade, mas talvez eu possa falar da vida em geral, né, do que penso sobre os costumes atuais de educar, dos valores que têm imperado, da lutazinha diária por um mundo um pouco mais humano.
Quem sabe?
Tomara que eu consiga.
Enquanto isso, vou acompanhando o Atalanta, que ali a matéria é boa!
Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.