sábado, 19 de janeiro de 2008

Filme X livro

De fato, como havia dito, voltei a ler O Amor nos Tempos do Cólera. Tudo bem que eu adoro cinema, acho fantástico quando um diretor consegue fazer a gente entrar na história e, por algumas horas, esquecer o mundo lá fora.
Mas um livro traz satisfação maior, não tem dúvida! Neste, a gente pode saborear os detalhes, o ambiente, a formação dos personagens, suas angústias e alegrias. A satisfação é prolongada, porque é a gente que faz o ritmo, e o mergulho na história é bem mais profundo e prazeroso.
Talvez a alegria do cinema só possa mesmo ser completa se o roteiro for original. Todo filme adaptado da literatura, fatalmente, está sujeito à comparação. E lembro-me de poucos que, por mais que tivessem agradado, tenham levado a melhor. O máximo que já escutei, e é raro, é que o filme ficou tão bom quanto o livro que o inspirou. Melhor, é difícil. Se alguém lembrar exemplos, me dê um toque pra aumentar o papo, ok?

A árvore de Natal de crochê

Eu tinha esquecido da promessa de postar fotos da árvore de Natal, que fiz de crochê e me custou boas semanas de trabalho e ausência deste blog. Quem me lembrou foi a Dani, quando nos vimos (isso, pessoalmente) aqui em Brasília, anteontem (isto é, segunda-feira, dia 14, já que comecei a escrever este post na quarta, 16, mas demorei horrores a acabar graças à dureza que foi publicar essas fotos! Neste ponto, o Blogger deixa muito a desejar!).
Então aí vai.

A foto não ficou muito boa, mas nesta dá pra ver um dos lados. Ignorem, por favor, o reflexo da janela. Não soube como tirar!











Esta foto mostra a decoração que acabou definitiva, além de uma outra perspectiva, com dois lados da árvore.











Neste detalhe, pode-se ver melhor como ficaram a trama e a mistura de verdes.











A árvore toda consiste de três triângulos isósceles de mais ou menos 70 cm de base e 1,70 m de lados iguais. Foi feita com lã de tapeçaria que comprei em vários tons de verde. Desmanchei as meadas e fiz novelos emendando pedaços de tamanhos diversos, sem ordem pré-estabelecida. Usei a agulha mais grossa que encontrei, de 6,00 mm. Emendei os triângulos com agulha de tapeçaria. Essa espécie de barraca vestiu uma armação feita de canos PVC, pelo meu Querido.
Para enfeitar, usei fitas de cetim e uns fuxicos mal feitos que eu já tinha há alguns anos. Digo mal feitos porque na época fiz de cabeça e não lembrava direito como era. Agora só costurei uns alfinetinhos de mola atrás deles, pra transformá-los nuns broches.
Para o próximo Natal, pretendo fazer enfeites mais maneiros, talvez papais-noéis ou anjinhos de crochê, ou algo de tecido, ainda não sei. Isso se a Mais Miúda, que chegará em abril, permitir!
Enfim, gostei de ter inventado e conseguido produzir esta árvore. Uma das coisas que não constam do meu perfil, mas que dizem muito sobre mim, é que gosto bastante de coisas originais, principalmente se eu mesma consigo fazê-las.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"O Amor nos Tempos do Cólera" no cinema

Ontem vimos o filme "O Amor nos Tempos do Cólera". Tem algumas coisas bem mal feitas, mas no geral gostei do resultado. Fotografia bonita, história bem amarrada, sentimentalismo, humor e amostra da realidade latina bem dosados.
O livro foi o primeiro que li do García Márquez, e isso já faz mais de vinte anos (!). Adorei e apaixonei-me pelo autor, que se tornou um dos que mais li em toda a vida.
Mas não lembro os detalhes e não pude comparar filme e livro. Meu marido, que leu recentemente, sentiu falta de muitos detalhes, mas também gostou do filme.
Dura é a péssima tentativa de envelhecimento da atriz principal e rejuvenescimento do ator. Muito mal feitos. A mulher, no enterro do marido, fica nitidamente mais jovem que os filhos.
Além disso, ela, a despeito de ser belíssima, bem ao estilo da personagem do livro, não é boa atriz.
O cara, por outro lado, é muito bom. Aliás, os dois.
Outra coisa ruim é o filme ser falado em inglês, mas por atores cuja língua materna não é essa. Imagino que uma produção americana não poderia admitir um filme falado em espanhol. Paciência, mas o inglês macarrônico ficou difícil de engolir, pelo menos nos primeiros momentos, até o ouvido acostumar.
De qualquer maneira, apesar dessas falhazinhas de produção, o filme ficou muito bom.
Gozado é que eu já tinha começado a reler o livro, que minha filha Graúda ganhou de presente de aniversário ano passado, e agora fiquei com mais vontade ainda de terminar. Depois digo das minhas novas impressões, e das antigas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

"Encantada"

Acabamos de vir do cinema. Levamos a Miúda, com irmã e prima, pra ver Encantada. Gostei bastante da idéia e do resultado. Ficou muito divertido. Tem umas mesmas baboseiras de desenhos da Disney, aquelas musiquinhas feitas pra ganhar Oscar e tal, mas desta vez elas ficam engraçadas, porque vêm em filme e não animação.
A atriz que faz a quase princesa Giselle ficou excelente! Dá até pra relevar os nojeiras dos bichinhos urbanos nada docinhos ajudando-a a realizar as tarefas típicas de princesas e aspirantes a.
O Príncipe abobalhadinho também ficou muito bom. E a menininha Morgan é uma fofa, não tem nada da piruice própria das menininhas de hoje em dia.
Tudo bem que, como minha irmã comentou, agora virou moda tirar sarro de contos de fadas, depois que o Shrek emplacou de vez. Mas não tem problema se conseguem fazer isso direitinho.
A Miúda não curtiu muito o pedaço melado de tão romântico, mas logo veio baile e ameaça de Bruxa Má, e ela se interessou de novo. Recomendo pra quem tem meninas em casa. Até a minha Maior tinha ido e se amarrado. Imagina as miúdas!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Os sete Potters

Há muito venho enrolando pra falar dos Harry Potter. Se eu tivesse iniciado este blog algumas semanas antes, provavelmente teria sido um dos primeiros posts, porque eu ainda estava sob a emoção do recém-lançado Harry Potter and the Deathly Hallows. Mas o pico tinha passado e o assunto não vinha.

Na minha casa, fui a primeira a descobri-lo. Minha sobrinha tinha esse livro bem colorido que pedi emprestado, porque achei convidativo. Passado o primeiro capítulo meio lerdo, logo me amarrei. Na época, estava sendo lançado o terceiro da série. Li os três em seguida e daí comecei a esperar pelos outros. Algumas pessoas que conheci tiveram mais sorte, porque se encantaram depois e leram cinco livros de uma vez.

Claro que, no começo, achava meio chatas algumas coisas. Lentas, meio sem sentido. Mas, com o tempo, à medida que a seqüência ia se formando, superava esses desgostos. Do Cãmara Secreta mesmo só fui gostar depois do Enigma do Príncipe.

O fato é que eu me amarro na história toda. Converso com minhas filhas, sobrinhos, amigos, discutimos detalhes e dúvidas. Antes de sair o último livro, passávamos horas conjeturando finais e soluções possíveis. Meu marido, fã de Guerra nas Estrelas, contou que na época dos filmes rolavam essas mesmas discussões sobre o destino dos personagens. Gostei de participar desse momento de especulações e imaginar que daqui a uns anos vou contar isso pras minhas filhas menores.

Do sexto livro, li uma tradução pirata, baixada da Internet, ruim toda vida, cheia de falhas. Mas não queria que me contassem o que acontecia e não agüentei esperar a edição nacional.

Para o sétimo, decidi treinar a leitura em inglês. Reli os seis primeiros, no original da Bloomsbury (presentes de 15 anos pra minha filha mais velha), pra me sentir segura de encarar um inédito.

No dia do lançamento, fui com a turminha pra Livraria Cultura, onde houve uma gincana sobre a série pra animar a galera até a abertura das caixas. Achei muito importante o Brasil estar inserido num evento cultural de dimensão internacional. Falava pros meninos que eles não poderiam compreender a grandeza daquilo, porque não tinham vivido num tempo em que alguns filmes demoravam três, quatro anos pra serem lançados nos cinemas brasileiros.
A gente não estava inserido nos acontecimentos culturais, e participar do lançamento de um livro, ainda que juvenil, no momento exato em que aconteceu na Inglaterra e nos Estados Unidos, é um avanço que essa nova geração (os fãs do Harry Potter) não pode entender totalmente.

Meu inglês não é excepcional, mas consegui me virar bem. Deu pra curtir todas as emoções. Aliás, uma das melhores qualidades do Relíquias da Morte, pra mim, é ter ação o tempo todo. Quando a gente dá uma paradinha pra respirar, lá vem suspense outra vez. Isso ficou muito bom.

Reconheço que aparecem alguns furos, umas forçações de barra, mas no geral a história toda ficou muito boa.

Gostei especialmente do destino de alguns personagens queridos, como o Neville. Coube a ele a participação que eu de fato esperava. Lamentei as mortes, mas compreendo o objetivo da autora em não poupá-las. Fizeram parte do crescimento do Harry Potter. Aliás, na maior parte do tempo ele é meio mané mesmo, vive dando furo e se deixando levar por vaidade e, pior, auto-piedade, mas no fim se redime. Fica adulto de verdade e compensa algumas burrices de sete anos!

Aproveitando as tardes de aula das meninas, li o Deathly Hallows em três dias, uma maratona. Não queria acessar Internet nem falar com fãs da série, pra não correr o risco de ouvir detalhes da história. Acho que a Rowling escreveu pra quem curte o suspense, a expectativa, e por isso aproveitei totalmente o livro. Adoro essa capacidade que alguns autores têm de sugar a gente. Eu tinha medo, a cada momento achava que ia morrer um monte de personagens. Ficava emocionada com as brigas e reconciliações e, principalmente, as superações. Ficava ansiosa com os momentos tensos. Adoro quando um livro consegue me prender assim e esta deve ser uma das razões pelas quais curto tanto toda a seqüência do Harry Potter.

Alguns adultos que conheço ficam rindo, acham coisa de criança e tal. Não ligo, até porque, com o tempo, as histórias foram ficando tudo menos infantis! E tem um monte de adultos tão admiradores quanto a molecada. O lance tavez seja abrir a cabeça e eliminar os preconceitos.

Tem muita coisa pra falar sobre esses livros. De vez em quando vou voltar ao assunto, mas tinha de começar por algum lugar, então fica aí essa geralzona, pro post não ficar maior do que já 'tá.
Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.