segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

O outro meme

Deus, inacreditável que já tem quase um mês que publiquei o último post, que, aliás, tinha sido escrito três semanas antes! Enfim... vou tentar ressuscitar este blog, vamos ver se consigo mantê-lo de pé.

Recomeço com a resposta ao segundo meme que a Dani me mandou.
Achei difícil e por isso fui buscar na fonte mais explicação pra ele:

"Trata-se do seguinte: você escolhe um tema qualquer (escolhi educação) e sugere quantos filmes desejar sobre o assunto (não menos que 2) para os seus leitores. Têm que ser filmes que lhe fizeram você perceber o quanto o tema é importante para você e que de alguma forma lhe acrescentou algum valor. Pode ser sobre amor, viagens, trabalho, casamento, poesia, política, etc. O tema é livre! Atenção, não basta indicar, tem que comentar sobre os filmes, lembre-se que seus leitores poderão estar interessados em suas opiniões."

Na verdade, o difícil não é entender, mas achar a resposta.
O legal desse meme é que, teoricamente, é o que já faço no meu blog, né, só que com tema definido - a parte difícil!

Bom, vou falar de filmes de amor. Mas não necessariamente o amor romântico, com final feliz e tal, porque sei que o amor mesmo é bem mais que um romance bem sucedido.

Simplesmente Amor: é um dos meus filmes preferidos, sério. Tenho em casa e, de vez em quando, se me sinto meio desanimada, vejo de novo. O que mais gosto é que ele mostra vários casos de amor, de vários tipos, todos de pessoas comuns, com vidas comuns. Ou, se não são tão comuns assim, como o Primeiro Ministro da Inglaterra, pelo menos se apaixonam por alguém comum.
De todos os casos, meu preferido é, acho, o do Sam com o padrasto. E também com a colega de escola, claro!
Mas gosto até dos que não se saem bem, porque escolhem outro amor a que se dedicar.
No final das contas, gosto tanto desse filme porque mostra que amor não é só consolidar um romance, mas respeitar um amigo, suportar a não realização, perdoar uma traição, vencer a dor da morte, ajudar a crescer. E está em todo lugar, é pra qualquer um. Uma das minhas cenas preferidas é, aliás, o encerramento, com as várias "fotos" no aeroporto.

Como Água para Chocolate: escolho esse porque, apesar de contar a história de um amor romântico, os amantes aceitam o destino de viver próximos mas separados. Se não pode se manifestar no contato físico, seu amor se transmite na comida - que entristece ou enlouquece de paixão os comensais -, no cuidado com o filho do outro, no leite que nasce da mulher que não pariu.
Gosto dessas histórias latinas, cheias de lendas e exageros. Acho que é o tal realismo fantástico tipo García Márquez, que também adoro!
É um filme que merecia uma produção mais rica e cuidada, mas a história é tão bonita que compensa os defeitos de execução.
Ali, o amor sobrevive da renúncia, e talvez por isso mesmo se sustente por tanto tempo. Aliás, intensifica-se na falta, a ponto de literalmente pegar fogo quando afinal se permite concretizar. Uma metáfora interessante de analisar.

Tomates Verdes Fritos: não li o livro, mas me disseram que a história é um pouco diferente da que mostra o filme. Neste, o amor é de superação mesmo. Nasce da dor comum, da união de diferenças, e cresce tão naturalmente que no começo é quase imperceptível. Mas elimina obstáculos, resiste ao tempo, ao preconceito - numa época em que era bem mais difícil vencê-lo, e até à morte. O filme não mostra um amor que se realiza fisicamente e, embora eu não tenha nada contra essa realização (claro, que até gosto!), acho legal valorizar esse outro lado, da união, do respeito, do cuidado, da lealdade.
Do outro lado da história, tem o amor de amigas, que surge da solidão e do afeto que ela gera. Dessa amizade, nasce talvez o amor mais importante: o próprio: uma mulher comum e insatisfeita que, inspirada pela história do outro amor, começa a cuidar de si mesma e encontra o valor que nem sabia que tinha. Bem legal.

Bom, agora passo a bola pro Marcus, pra Vanessa e pra Ana Paula. Mais uma vez, fico devendo os outros dois blogueiros.
Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.