sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Por e para

Blog Day 2007Bom, soube hoje, pela Daniela, minha amiga do mundo real que tem um blog inspiradíssimo, bem a cara dela aliás, que 31 de agosto é o 3º Dia do Blog.
Em comemoração, ela indicou cinco blogs de que gosta e, surpresa, incluiu este aqui, tão recém-nascido!
Eu ainda não sou muito freqüente nesse mundo, mas vou listar alguns que curto, pra entrar na festa e agradecer à Dani.
Zamorim - Marcus não tem tido tempo de atualizar, mas o blog dele é o mais antigo que conheço, bem anterior a essa moda pegar entre os mortais. É muito rico e divertido.
Casa da Daniela - como não podia deixar de ser!
Arte em Tricot - a Liza é muito desprendida e ensina muito aos iniciantes como eu.
Crochê Solidário - idéia simples e excelente!
Super Ziper - mais gente inspirada!
É isso, minhas modestas dicas.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

"A Dama na Água"

O melhor filme que vi no fim de semana foi A Dama na Água.
É gozada minha relação com o Shyamalan. Sempre tenho um pouco de receio de sentir medo, porque não gosto de filme de medo, mas, com exceção do Sinais, adorei todos os filmes dele que vi (todos os que fizeram sucesso, afinal. Só não vi os obscuros, que descobri dia desses que havia).
Mesmo no Sinais, o que não gostei foi do roteiro, que achei absurdo e incoerente. Até inventei um final que, pra mim, consertaria a história (ê pretensão, heim?!)
Enfim, A Dama na Água: enrolei pra ver porque achava que podia ser de susto ou medo. Aliás, se tivesse visto o trailer, confirmaria essa impressão. Mas, embora haja mesmo cenas que assustam um pouco, e o suspense próprio dos filmes dele, não é de dar medo. A história é belíssima, cheia de simbolismos e sutilezas sobre relações dos homens consigo e com os outros, e como crescer a partir delas.
Independente de eu não ter gostado do roteiro do Sinais, mesmo neste, como em todos, Shyamalan se mostra um diretor brilhante: consegue como poucos criar um clima tenso e gerar a dose necessária de suspense pra prender até o fim. Vide O Sexto Sentido que, se não fosse pela direção detalhista, não teria a menor graça: o grande lance é a surpresa, no final, de se sentir enganado o tempo todo sem tê-lo sido!
Mas uma das coisas mais legais é ouvi-lo falar dos próprios filmes: ele fala com amor do trabalho todo, de cada etapa e detalhe, desde a idéia até o roteiro pronto, a escolha de elenco e dos outros profissionais, o tempo da narrativa, os cortes... Vale a pena ver os extras nos DVDs. N'A Dama na Água, vale mais ainda pelo livro que tem o mesmo nome. Quero dar de presente pras meninas! Seu primeiro conto de fadas em inglês, porque acho que ainda não tem tradução.
Também pensei em incluir seus filmes nas minhas futuras listas de persente. Já tenho O Corpo Fechado, que também adoro. Até pensei em rever o único que não adorei de imediato: quem sabe mudo de idéia?

"Letra e Música"

Outro filme do fim de semana foi o Letra e Música. Comediazinha romântica bem ao gosto feminino. Mas tem algumas que são muito bestas e facilmente dispensáveis, embora divertidas, e outras que valem a pena recomendar pra quem gosta desse tipo de filminho bom pra domingo à noite.
Essa é uma: a originalidade é brincar com os absurdamente ridículos anos 80. Os jovenzinhos não nascidos àquela época riem, mas não se divertem tanto quanto nós que vivemos naqueles tempos. Será que eles, pelo menos, perceberam que o filme também mostra que a música pop atual não perde nada pra aquela, em absurdo?
Última observação: imagino se maquiaram o Hugh Grant pra ele ficar envelhecido daquele jeito ou, mais provável, deixaram de maquiá-lo! Mas era o cara perfeito pro papel, né?

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Filmes

Fim de semana cheio de filmes.
Na sexta-feira, Super Size Me. Sei que o filme já tem um tempão, mas eu ainda não tinha visto!
Fiquei mal! Triste mesmo. Pelos americanos, claro, e o que os leva a ter assim esse monte de vícios: comprar, comer porcaria, comer exageradamente... Pelo império do lucro sem escrúpulo, que lá, talvez de modo mais evidente que nos outros lugares, gera esses absurdos como a comida que servem em escolas!
Mas fiquei triste por nós também. Porque estamos imitando o que eles têm de pior! Nossa classe média tem ficado cada vez mais parecida com eles! Já senti isso outras vezes (quando vi Beleza Americana, por exemplo).
Não que eu seja contra o capitalismo, não é isso! Mas por que não usar o dinheiro que sobra pra gerar mais emprego, mais mercado consumidor, mais crescimento pro país todo?

Sorte nossa que não temos tanta grana, que a maioria de nós não tem dinheiro pra aderir a esse consumismo doente e vazio. E sei que, pelo menos quanto ao que o Super Size Me mostra, ainda estamos longe daquela realidade triste. Mas quem garante que daqui a uns quinze ou vinte anos a gente não tenha chegado lá? Outro dia ouvi que numa escola tinha salão de beleza!!!! Por que não colocariam lanchonete de porcarias industrializadas, se percebessem que daria mais dinheiro?
Tenho pena da nossa classe média! Tenho pena de criar minhas filhas num meio em que crescer na vida significa poder comprar cada vez mais coisas cada vez mais caras!
Espero que, pelo menos nesse caso, estarmos no Terceiro Mundo (ou "emergindo", que seja!) nos ajude a resolver as necessidades reais, antes de aderirmos à moda de inventar umas tão absurdas como a de comprar por comprar!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Uma outra prosa

Ontem quase não li meu Saramago. Fiquei às voltas com um minicasaco de tricô, pra caber na boneca Emília das minhas filhas.
Como ainda sou iniciante em tricô (até umas semanas só sabia tecer, nem arrematar tinha aprendido! Depois aprendi e fiz uns cachecóis, claro, como todo aprendiz!), o maior trabalho que fiz foi um poncho-casaco, que é todo reto e a única dificuldade que apresenta é o arremate para o decote, também reto.
Pra tentar fazer um casaco de verdade, resolvi vestir uma boneca: gasto menos lã e, principalmente, menos tempo (fiz a blusa inteira ontem mesmo), até aprender de verdade.
Andei pesquisando dicas na internet. Embora ache umas muito boas e úteis, a maioria atende a quem já sabe um bocado. Será que vou ter de fazer curso pra aprender esse treco direito??
A literatura é um passatempo bem mais fácil, não? Depois dos seis anos, não tem mais que aprender: pra aperfeiçoar, a única exigência é praticar sempre! Mesmo assim, até hoje me questiono se sou boa leitora.
Quem faz tricô e crochê sabe que desmanchar e recomeçar é o que mais fazemos. Dos livros, cada vez mais penso que temos de lê-los no mínimo duas vezes pra guardá-los melhor. Será que o rafazimento é a releitura dos trabalhos manuais?

domingo, 19 de agosto de 2007

Língua maltratada

Em seus Cadernos, Saramago reproduz o discurso que fez ao receber o Prêmio Luís de Camões aqui em Brasília, em 1996.
Num pequeno trecho diz como é sofredora nossa língua, como é mal ensinada e aprendida, como os estrangeirismos nela proliferam.
Amante que sou da minha língua portuguesa, como lamento seus sofrimentos!
Não que eu seja absolutamente purista! Meus poucos estudos de lingüística pelo menos me serviram pra entender que as línguas são vivas, e quem as faz é justo quem as fala.
Além disso, também me interesso por outras línguas. E ouço músicos e vejo filmes e leio autores estrangeiros, claro!
O que lamento é isto: o uso tão ruim de nossa língua somado à invasão dos estrangeirismos mostra o quanto nosso povo é carente de identidade cultural. Quanto nos falta ainda pra construir nossa pátria!
Dói que tantos nem cheguem à escola, mal conheçam um livro.
Mas pior é nas vitrines não se ler mais liquidação ou desconto.
Pior ainda que se contrate um tal personal!!
Além de se apropriar da expressão dos outros, nossa classe média supostamente instruída o faz de modo absurdo! Já me soa estúpido que não o chamem de treinador, mas por que raios chamam-no pessoal??
Vou assumir a conseqüência da carga de preconceito do que vem a seguir, mas se tais pessoas andassem mais nas livrarias que olhando vitrines em liquidação, talvez nossa língua sofresse menos!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A longa fila

Um friozinho na barriga me faz questionar se fiz bem em me meter a falar de livros. Quem sou eu, afinal? Tenho tanto ainda pra ler, as indicações são bem mais numerosas que as leituras já feitas! O Baudolino mesmo, que Rafael considera o melhor de sua vida (nos comentários), está na lista de espera há bons anos, e sei lá por que não consigo ir adiante. Com alguns é assim, não é? A gente começa várias vezes e não engata. Eu gostei de todos os Umberto Eco que terminei, certo que vou gostar dele também, mas sempre aparece algo mais... urgente, atraente? Nem sei, mas toma seu lugar.
Nestes Cadernos de Lanzarote II venho tendo a mesma impressão que no outro: a cada referência que Saramago faz, não só a escritores e obras, mas cineastas, músicos, dramaturgos e tantos outros, me afundo mais na minha ignorância. No Atalanta, expus o compromisso (comigo mesma) de um dia ler, ou pelo menos pesquisar sobre elas, todas as obras a que ele se refere. Pra tornar ainda mais longa minha fila!
Enfim, espero que dê conta dessa pretensão que inventei ontem!

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O melhor livro que já li

Será que todo mundo tem um livro preferido? O melhor de toda a vida?
Há uns anos eu li o Ensaio sobre a Cegueira, do Saramago. Não foi o primeiro que li dele, mas foi o mais impressionante. Ainda mais nas circunstâncias em que lia: pra passar o tempo num trabalho novo, ainda sem muito o que fazer, cercada de pessoas que se preocupavam muito com o que comprar pra calçar ou vestir. Tudo bem, depois acabei me dando bem com elas; faz tempo que penso que a primeira impressão não é a que fica.
De qualquer modo, sentir-me fora de lugar acentuou as impressões do livro em mim. Quando pensava que tinham chegado ao fundo da sordidez humana, os homens sem nome ficavam ainda piores!
Livro maravilhoso! Durante todos esses anos classifiquei-o como o melhor que já tinha lido em toda a minha vida (oh!).
Neste ano, porém, reli o Cem Anos de Solidão, do Garcia Márquez. Livro da minha adolescência, embora eu continuasse lembrando-o maravilhoso, tinha esquecido os detalhes da história. Sabia alguns, mas o grosso tinha escapado.
Foi duro! Com essa releitura, tive de dobrar o meu "melhor livro que já li"! Difícil decidir qual dos dois acho melhor. Neste exato momento, opto por ambos. São maravilhosos, marcantes! Nâo é à toa que fico dividida justo entre meus dois autores prediletos!

O nascimento

Este blog nasce da saudade do Atalanta, antigo blog em que minha irmã falava de música, e eu, convidada, de livros e filmes.

Na época, estava lendo os Cadernos de Lanzarote, de José Saramago, e comentei sobre ele.

Ontem, ao recomeçar os Cadernos de Lanzarote II, que tinha comprado há tempos mas nunca lido inteiros, me deu vontade de retomar um espaço pra falar dos livros. Não tenho qualquer intenção de parecer profissional. Só quero dizer o que sinto e penso do que leio e, quem sabe, ouvir o que pensam das minhas idéias.

Opiniões serão bem-vindas, ainda que discordantes.

Bem-vindos, também, os que aqui chegarem!
Pra não ser estraga-prazer!

No começo, eu evitava falar das tramas dos filmes, livros e séries que comento aqui, mas isso limita muito e, com o tempo, dei mais liberdade às minhas postagens.
Porém, como eu não gosto que me contem as histórias, como eu adoro as surpresas que os criadores geralmente nos preparam com tanto esforço, não quero estragar o prazer de ninguém.
Se você é como eu, melhor ler ou ver antes. Mas convido-o a voltar depois, pra saber o que eu achei.